Homem mexendo no celular: analistas acreditam que venda de dados sobre localização, movimentos e hábitos de navegação pode crescer a um mercado bilionário (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 24 de fevereiro de 2014 às 17h12.
Barcelona - As revelações de 2013 sobre operações norte-americanas de espionagem por telefone e Internet fizeram as operadoras pararem para pensar se deveriam vender seu "big data", mas o potencial comercial se provou irresistível.
Apesar de as informações serem escassas, analistas acreditam que a venda de dados sobre localização de usuários de celular, movimentos e hábitos de navegação pode crescer a um mercado bilionário.
Grandes operadoras como Telefónica, Verizon, Orange e a Starhub, de Singapura, alertam que estão apenas começando a testar esse mercado e que divulgam apenas informações anônimas e massivas sobre usuários, com o objetivo de proteger consumidores.
Elas avaliam que seus produtos de dados são úteis não só para vender anúncios, mas para empresas de cartão de crédito detectarem fraudes, ambulâncias evitarem trânsito e autoridades sanitárias responderem a surtos de gripe, por exemplo.
O produto da Verizon, que oferece estatísticas sobre usuários de celular em determinada área, estava em testes comerciais com times esportivos e donos de outdoors quando as acusações de espionagem surgiram. Após debates na administração da empresa sobre se vender dados anônimos de usuários era uma boa decisão, a companhia decidiu ir em frente com os planos, disse Colson Hillier, executivo da Verizon.
Outras empresas de telecom tomaram o caminho contrário, classificando a si mesmas como melhores guardiãs dos dados dos clientes do que gigantes da Internet como Google, que usam esses dados para vender anúncios.
A Deutsche Telekom, por exemplo em 2013 lançou um serviço de email criptografado e um link de comunicação segura para pequenos negócios para evitar hackers e espiões. "Proteção da esfera privada é uma commodity valiosa", disse o presidente-executivo.