Drone (AFP)
Da Redação
Publicado em 3 de setembro de 2013 às 13h26.
Islamabad - O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu nesta terça-feira no Paquistão, país do mundo mais bombardeado por drones, juntamente com o Iêmen, que o uso destes aviões teleguiados seja submetido ao direito internacional.
"O uso de drones armados, assim como de todo tipo de armas, deveria estar submetido ao direito internacional, incluindo o direito humanitário internacional. É uma posição clara das Nações Unidas", disse Ban no primeiro dia de sua visita ao país.
"É preciso fazer todos os esforços possíveis para evitar erros e morte de civis", afirmou Ban em um discurso ante um público de soldados durante a inauguração de um novo edifício da Universidade de Ciência e Tecnologia de Islamabad.
Desde 2004, os Estados Unidos bombardeiam frequentemente com drones as zonas tribais semiautônomas do noroeste do Paquistão, na fronteira com o Afeganistão, onde estão refugiados os talibãs e outros grupos islamitas armados relacionados à Al-Qaeda.
Os ataques são considerados por Washington uma arma essencial contra seus inimigos islamitas em zonas de difícil acesso. Desde 2008, quando os ataques se intensificaram, cerca de 2.000 pessoas, em sua maioria combatentes islamitas, morreram no ataque de 300 drones, segundo as autoridades paquistanesas.
Os ataques, considerados legais pelos Estados Unidos, que afirmam que são levados adiante seguindo rígidas diretrizes, também provocam a morte de vítimas civis e alimentam o sentimento antiamericano entre a população paquistanesa.
Ban Ki-moon chegou nesta terça-feira a Islamabad para uma visita de dois dias na qual se reunirá com o presidente paquistanês, Asif Ali Zardari, e com o primeiro-ministro, Nawaz Sharif, para tratar, entre outros temas, da tensão com a Índia pela disputada região da Caxemira.