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ONU: auge da pornografia infantil se deve à internet

Relatório do UNODC abrange principais formas de abuso sexual de menores, como criação e distribuição de pornografia infantil e o assédio cibernético


	Computador: segundo estudo, imensa maioria dos autores do crime de pornografia infantil é de homens e três quartos das vítimas que aparecem nas análises são meninas, cada vez mais jovens
 (Marcos Santos/USP Imagens)

Computador: segundo estudo, imensa maioria dos autores do crime de pornografia infantil é de homens e três quartos das vítimas que aparecem nas análises são meninas, cada vez mais jovens (Marcos Santos/USP Imagens)

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Da Redação

Publicado em 22 de maio de 2014 às 15h40.

Viena - O avanço da internet tem incontáveis benefícios sociais, educativos e econômicos, mas também facilita uma série de formas cada vez mais brutais de pornografia infantil, alerta a ONU em um recente estudo.

O relatório do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) abrange as principais formas de abuso sexual de menores, como a criação e distribuição de pornografia infantil e o assédio cibernético para conseguir material de conteúdo sexual.

Segundo o estudo, a imensa maioria dos autores deste tipo de crime é de homens. Já, três quartos das vítimas que aparecem nos materiais analisados são meninas, cada vez mais jovens.

"Observamos um nível cada vez maior de violência e uma idade cada vez menor das vítimas no material sobre abuso sexual de menores", indica o estudo.

"Entre 2011 e 2012 estimamos que houve um aumento de 70% no material de abuso sexual centrado em meninas menores de 10 anos, com material, não pouco comum, de abusos envolvendo a crianças muito pequenas e bebês", acrescenta.

A expansão dos dispositivos móveis com acesso a internet banda larga representa um desafio a mais perante estes delitos, mais ainda quando essa tecnologia se propaga em países em desenvolvimento, cujas policias e leis estão pouco preparadas para fazer frente.

O uso de tecnologias modernas, segundo o estudo, faz com que seja mais difícil detectar os responsáveis já que, por exemplo, usam arquivos digitais que desaparecem uma vez visualizados ou utilizam sofisticados sistemas de armazenamento remoto de dados. Além disso, com a expansão dos aparelhos com internet apareceram novos crimes antes inexistentes.

A UNODC denuncia ainda que exista a pornografia infantil à la carte na qual os pedófilos escolhem a idade, raça, sexo ou o conteúdo das imagens. Outro novo crime é a transmissão ao vivo dos abusos, possível através de telefones e tablets com gravação de vídeo, o que torna mais difícil a detecção.

Por último, o relatório alerta do "sexting", uma prática em que os próprios menores geram conteúdo sexual, por vontade própria ou por coerção de algum tipo.

O estudo adverte que um dos problemas é que os menores não são cientes dos problemas que podem gerar uma informação particular enviada pela internet ou que, uma vez que divulguem um arquivo, seja uma foto ou vídeo, eles perdem o controle sobre ele.

Para Tejal Jesrani, um especialista da UNODC que coordenou o estudo, os pais têm papel fundamental na prevenção para que os menores não caiam em práticas perigosas.

"Devem conversar abertamente sobre os riscos e limitar o horário de acesso aos dispositivos eletrônicos", disse em Viena Jesrani em declarações à Agência Efe.

De fato, a expansão dos smartphones deixa mais vulnerável às potenciais vítimas, já que os sistemas de localização por GPS, por exemplo, permitem localizá-las o tempo todo.

Um dos grandes problemas nestes crimes é que enquanto os que compram esse tipo de pornografia vivem em sua maioria em países ricos, as vítimas dos abusos mais brutais estão em países em desenvolvimento, especialmente no Sudeste Asiático ou na África.

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