Leonid Radvinsky: o cérebro por trás da OnlyFans (Facebook/Reprodução)
Redator
Publicado em 30 de junho de 2025 às 10h55.
Por anos, a plataforma de conteúdo gerado por usuários OnlyFans chamou a atenção apenas pelo principal tipo, mas não único, de produto ofertado: entretenimento adulto. Recentemente, entretanto, ela também foi destaque por bater Nvidia e Apple como empresa com maior receita por empregado do mundo: US$ 37,6 milhões. Mesmo com esse sucesso, o nome por trás da plataforma ainda permanece longe dos holofotes, das páginas jornalísticas ou de fofoca.
Leo Radvinsky, de 43 anos, é o cérebro da OnlyFans. Com perfil discreto, ele raramente concede entrevistas ou comparece a eventos do setor. Seu próprio site pessoal o descreve como um construtor de empresas, investidor anjo e aspirante a piloto de helicóptero, mas omite a principal fonte de sua fortuna: a OnlyFans, avaliada em cerca de US$ 8 bilhões.
Graduado em economia pela Northwestern University, em Evanston, Illionois, Radvinsky transformou a pornografia online de um modelo baseado em vídeos X-rated com anúncios para um serviço de mídia social que oferece a sedutora – e lucrativa – ilusão da companhia. Com mais de 300 milhões de usuários, a OnlyFans permite que criadores, desde profissionais do sexo a amadores, estrelas pop e celebridades, monetizem conteúdo explícito através de assinaturas, vídeos pay-per-view e interações personalizadas.
Apesar de seu sigilo, a riqueza de Radvinsky é inegável. A Forbes estima sua fortuna, incluindo o valor da OnlyFans, em quase US$ 4 bilhões. Registros corporativos britânicos revelam a impressionante lucratividade da plataforma: como único proprietário, ele embolsou cerca de US$ 1,3 bilhão em dividendos nos cinco anos encerrados em março de 2024.
Atualmente, a empresa-mãe da plataforma tem sondado bancos e potenciais compradores, buscando até US$ 8 bilhões. Com esse valor, Radvinsky poderia, por exemplo, intensificar seus esforços filantrópicos. Criado por Bill Gates e Warren Buffett, ele já manifestou o desejo de assinar o Giving Pledge, assumindo o compromisso público de doar a maior parte de sua riqueza para a caridade.
Nascido na União Soviética, Radvinsky se mudou para a área de Chicago ainda criança. Mesmo no ensino médio, ele já enxergava oportunidades de negócios nesse setor da internet. Sua primeira empreitada, a Cybertania, operava sites que alegavam oferecer senhas hackeadas para sites pornográficos. Ele expandiu seus negócios, criando o MyFreeCams em 2004, pioneiro no que se tornaria conhecido como "camming", combinando conversas casuais com conteúdo explícito.
Em 2018, Radvinsky participou de leilões para adquirir marcas tradicionais da indústria adulta, como Penthouse e PornHub. Sem sucesso, ele adquiriu 100% do OnlyFans por um valor não revelado. Sob sua propriedade, a plataforma explodiu em popularidade, especialmente em 2020, durante a pandemia, quando milhões buscaram novas fontes de renda e conexão.
O modelo de receita é simples: 80% dos pagamentos dos assinantes vão para os criadores e 20% para a OnlyFans. Keily Blair, CEO do OnlyFans, tem se esforçado para diversificar a imagem da empresa, destacando que a plataforma não se restringe apenas a conteúdo adulto, mas também abrange esportes, comédia e artes marciais mistas.
Apesar dos esforços, o que mais aparece ainda é o entretenimento adulto, seguido pela extrema lucratividade e eficiência da plataforma. Radvinsky, por outro lado, segue longe das câmeras, enquanto constrói sua fortuna.