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OMS diz que epidemia de Ebola foi 'subestimada'

A atual epidemia de Ebola é a mais grave desde o surgimento desta febre hemorrágica, em 1976

Ebola (Reuters)

Ebola (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 15 de agosto de 2014 às 06h00.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) revelou nesta quinta-feira, em Genebra, que a amplitude da atual epidemia de Ebola no oeste da África foi "amplamente subestimada".

"O pessoal presente nas zonas de epidemia apresentou provas que revelam que os casos e os óbitos foram amplamente subestimados", destaca o comunicado da OMS. "A epidemia do vírus Ebola no oeste da África continua crescendo e já apresenta 1.975 casos, com 1.069 óbitos na Guiné, Libéria, Nigéria e Serra Leoa".

Diante desta situação, "a OMS coordena uma ampliação massiva da resposta internacional, por meio da ajuda de diversos países, das agências de controle de doenças e dos órgãos pertinentes das Nações Unidas". "Antecipando que a epidemia vai durar um certo tempo, o plano operacional de resposta da OMS se estenderá pelos próximos meses", assinala o comunicado.

A atual epidemia de Ebola, a mais grave desde o surgimento desta febre hemorrágica, em 1976, já matou 377 pessoas na Guiné, 355 na Libéria, 334 em Serra Leoa e três na Nigéria. Os quatro países se encontravam em estado de emergência sanitária nesta quinta-feira para tentar frear a propagação do vírus.

Diante do avanço da febre hemorrágica, a Libéria, que recebeu doses de um soro experimental americano para tratar dois médicos, começou a fazer obras para ampliar o único centro de tratamento da capital. "Temos de ampliar este local porque a cada dia chega mais gente", declarou à AFP Nathaniel Dovillie, que dirige esse centro.

Além do centro de Monróvia, a Libéria só tem outro centro em Foya, na província de Lofa, uma das três regiões do país postas em quarentena. O vice-ministro liberiano da Saúde, Tolbert Nyensuah, confirmou à AFP que o país recebeu o soro experimental americano ZMapp.

Este soro, que teve resultados positivos em dois americanos contaminados no país, mas que não conseguiu salvar um padre espanhol morto na terça-feira após ser repatriado para Madri, será administrado unicamente em dois médicos liberianos.

Na última terça-feira, 12 de agosto, a OMS autorizou tratamentos experimentais desse tipo. A Guiné foi o último a decretar, na noite de quarta-feira, "urgência sanitária nacional" por causa dessa febre hemorrágica.

Em consequência desta urgência, implanta-se "um cordão sanitário, mantido pelos agentes de saúde e pelos serviços de segurança e de defesa em todos os pontos fronteiriços de acesso à Guiné", ficam restritos os movimentos de pessoas e se reforçam os controles sanitários em diferentes pontos de passagem.

Também se proíbe transportar cadáveres "de uma localidade para outra até o fim da epidemia" e se decreta a tomada de amostras e a hospitalização sistemática "em todos os casos suspeitos" até contar com os resultados dos exames.

No âmbito econômico, segundo a agência classificadora de risco Moody's, "a epidemia pode ter um efeito financeiro direto nos orçamentos do governo, por meio de um aumento dos gastos de saúde que pode ser importante".

A Libéria, onde mais de 300 pessoas morreram, gastou US$ 12 milhões para combater o Ebola entre abril e junho, e a expectativa é de queda no crescimento econômico do país. Segundo a Moody's, em Serra Leoa não será possível repetir "o índice de crescimento recorde de 16% em 2013".

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