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Obesidade pode provocar câncer de mama, mostra estudo

Equipe demonstrou que a obesidade pode provocar câncer de mama e que, provavelmente, dito risco pode ser detectado com uma simples análise de sangue


	obesidade: obesidade é um dos fatores importantes para o desenvolvimento do câncer, mas este estudo demonstra que mecanismos moleculares estão implicados no processo
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obesidade: obesidade é um dos fatores importantes para o desenvolvimento do câncer, mas este estudo demonstra que mecanismos moleculares estão implicados no processo (Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 11 de novembro de 2015 às 15h23.

Madri - Uma equipe de cientistas espanhóis demonstrou que a obesidade pode provocar câncer de mama e que, provavelmente, dito risco pode ser detectado com uma simples análise de sangue.

O estudo, liderado pela doutora Ana Belén Crujeiras, do grupo de cientistas do Centro de Pesquisa Biomédica em Rede-Fisiopatologia da Obesidade e da Nutrição (CIBERobn), foi publicado no International Journal of Obesity e parte da tese doutoral de Begoña Cabia, pesquisadora do grupo de Crujeiras.

A obesidade é um dos fatores importantes para o desenvolvimento do câncer de mama, mas este estudo demonstra pela primeira vez que mecanismos moleculares estão implicados no processo.

"O objetivo do trabalho era estudar se o sobrepeso é capaz de ativar os genes relacionados com os processos adiantados de desenvolvimento do câncer de mama e vimos que sim", explicou Crujeiras à Agência Efe.

Para isso, os pesquisadores do CIBERobn estudaram em ratos obesos a expressão dos genes implicados nas rotas que iniciam o câncer e os compararam com os de ratos magros e comprovaram que os processos cancerosos se ativavam nos animais obesos.

Os pesquisadores estudaram então o tecido adiposo, que pode ser visceral (o que rodeia e protege os órgãos) e subcutâneo.

"Diversos estudos explicam que o visceral é o mais prejudicial para a saúde, o mais relacionado com doenças associadas com a obesidade como o diabetes ou as doenças cardiovasculares e quisemos saber se também o estava com o câncer", detalhou Crujeiras.

Na segunda fase de estudo, cientistas selecionaram em cultivo os fatores secretados pelo tecido epitelial adiposo visceral e subcutâneo e trataram com eles células epiteliais de mama.

"Quando o tecido era visceral obeso, estas células proliferavam mais, algo que não ocorria quando tratamos com tecido adiposo subcutâneo", especificou.

Isso porque o tecido adiposo visceral tem uma atividade diferente e mais prejudicial que a do subcutâneo "porque secreta uma série de fatores mais daninhos", explicou a pesquisadora.

O estudo, portanto, observou as mudanças moleculares que se produzem antes que se desenvolva um tumor, "o que além de dar relevância à necessidade de prevenir a obesidade, evidencia que quanto mais se prolongue a obesidade no tempo, maior é o risco de padecer câncer de mama", advertiu Crujeiras.

Por último, os pesquisadores estudaram uma população de mulheres com e sem câncer de mama e, ao compará-las em função de seu estado de obesidade, observaram as mesmas mudanças nas células sanguíneas destas pacientes que nos animais, de modo que, embora reste muito a comprovar, "acreditamos que uma análise de sangue permitiria saber se a desregulação dos genes relacionados com o câncer começou".

Seria algo como ver se no organismo "se está preparando o caminho para o desenvolvimento de um tumor", esclareceu a pesquisadora. 

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