Tecnologia

Obama diz ser contrário ao uso de criptografia em smartphone

O posicionamento foi o primeiro dado por Obama em relação à proteção de dados de usuários, reforçada por empresas como Google, Apple e Facebook


	Obama: agências e polícia não deveriam ficar sem acesso a smartphones cifrados e apps de mensagens, disse presidente
 (Saul Loeb/Pool/Reutes)

Obama: agências e polícia não deveriam ficar sem acesso a smartphones cifrados e apps de mensagens, disse presidente (Saul Loeb/Pool/Reutes)

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Da Redação

Publicado em 20 de janeiro de 2015 às 17h23.

São Paulo - Depois de um encontro de dois dias com o primeiro-ministro britânico David Cameron, o presidente norte-americano Barack Obama escolheu um lado na questão do uso da criptografia.

E foi justamente o mesmo escolhido pelo inglês após os ataques ao jornal Charlie Hebdo: segundo o Wall Street Journal, o governante dos EUA disse na última sexta-feira que agências e a polícia não deveriam ficar sem acesso a "smartphones cifrados e apps de mensagens".

O posicionamento foi o primeiro dado por Obama em relação à proteção de dados de usuários, reforçada por empresas como Google, Apple e Facebook após o escândalo iniciado pelos documentos vazados por Edward Snowden.

As duas primeiras companhias passaram a criptografar, por padrão, dados de smartphones e tablets com as últimas versões de seus sistemas operacionais no ano passado.

A terceira, por sua vez, lançou mais para o começo de 2014 uma ferramenta open source para armazenamento seguro de dados - e ainda é dona de um app que cifra mensagens de ponta a ponta, o WhatsApp.

As medidas tomadas por Google e Apple já não foram muito bem recebidas pelo diretor do FBI, James Corney, e pelo procurador-geral dos EUA, Eric Holder, no ano passado.

Os dois ainda ganharam a companhia de um promotor de Nova York e do primeiro-ministro britânico neste ano –e o posicionamento de Obama é um reforço de peso para o "time".

"Se nós encontrarmos evidências de um plano terrorista, mesmo que tenhamos um número de telefone, um endereço de rede social ou um e-mail, nós não poderemos entrar em nada -- e isso é um problema", disse ele, segundo o WSJ.

Para ele, deve haver uma forma de "de manter a informação privada, mas assegurar que a polícia e agentes possam ouvir quando a corte aprovar", de acordo com a reportagem.

A solução, no entanto, não é muito diferente do que já foi proposto por outros contrários a essas medidas de Google e Apple, por exemplo.

E a ideia também não é das mais seguras, como já apontaram especialistas, visto que envolve basicamente a existência de uma backdoor ou de uma "chave-mestra" - que, se descobertas, podem pôr as informações de todos os clientes das empresas em risco.

O encontro entre os Obama e Cameron, finalizado na sexta-feira passada, não fez apenas com que o presidente norte-americano fosse para o lado de Cameron na questão da proteção de dados.

Ironicamente, os dois anunciaram planos para reforçar a segurança virtual de seus países, realizando simulações de ciberataques contra órgãos de inteligência.

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