Logos dos aplicativos DeepSeek e ChatGPT (Joel Saget/AFP)
Redação Exame
Publicado em 4 de fevereiro de 2025 às 16h24.
Desde que a DeepSeek anunciou seu modelo de inteligência artificial R1, o mercado questiona os números divulgados pela startup. A empresa chinesa afirma que gastou apenas US$ 6 milhões no desenvolvimento da tecnologia e utilizou 2.048 GPUs no processo. Mas uma investigação do site especializado SemiAnalysis sugere um cenário bem diferente.
Segundo a apuração, a DeepSeek teria, na verdade, investido mais de US$ 1,6 bilhão e opera com 50.000 GPUs baseadas na arquitetura Hopper, da Nvidia.
O relatório do SemiAnalysis contesta especialmente o custo divulgado pela DeepSeek. A suspeita é que a empresa tenha apresentado apenas uma fração do investimento real, ignorando despesas com infraestrutura e treinamento de modelos. Além disso, a DeepSeek teria um parque de GPUs muito mais robusto do que o divulgado, em uma composição que inclui 10.000 modelos H100, 10.000 H800 e um grande número de H20.
Mesmo que os números tenham sido ocultados para reforçar a narrativa de uma IA mais eficiente e acessível, os dados do SemiAnalysis ainda mostram uma estrutura menor do que a de gigantes como OpenAI e Google DeepMind.
A DeepSeek teria uma vantagem competitiva por não depender de investidores externos, o que garante mais rapidez na tomada de decisões. Além disso, a startup vem focando seu recrutamento dentro da China, contratando engenheiros locais e oferecendo salários agressivos. Algumas contratações teriam ultrapassado US$ 1,3 milhão anuais, valor acima da média do mercado.
A polêmica acontece em um momento de tensão global na disputa por inteligência artificial. Nos últimos meses, autoridades dos EUA passaram a investigar se a DeepSeek teve acesso a chips da Nvidia proibidos para a China.