Estudo descobriu que vários aplicativos gravaram vídeos e capturaram telas (SIphotography/Thinkstock)
Estadão Conteúdo
Publicado em 12 de julho de 2018 às 18h43.
Última atualização em 12 de julho de 2018 às 18h48.
A chance é alta de você já ter escutado alguma história de uma pessoa que falou sobre determinado assunto com um amigo pessoalmente, e depois viu um anúncio no Facebook sobre o mesmo tema da conversa.
Relatos como esse nos levam à teoria da conspiração de que os celulares nos escutam.
De acordo com uma reportagem publicada pelo site Gizmodo na terça-feira, 3, pesquisadores da Universidade de Northeastern, em Boston, nos Estados Unidos, desbancaram essa conspiração e concluíram que não, os celulares não nos escutam.
Mas a pesquisa não alivia o medo do Big Brother.
Em seu estudo, os pesquisadores trouxeram subsídios para alimentar uma nova teoria da conspiração: a de que os celulares podem nos ver.
Para chegar a essa ideia, um grupo de pesquisadores de ciência da computação fez testes em mais de 17 mil aplicativos do Android. Entre esses aplicativos, estavam algumas plataformas que pertencem ao Facebook e outros aplicativos que podem enviar informações para a rede social.
Os pesquisadores usaram um programa para interagir com os aplicativos nos aparelhos. Com essa ferramenta, eles analisaram os fluxos dentro das plataformas e puderam afirmar que nenhum arquivo de áudio foi enviado para terceiros.
Entretanto, os pesquisadores deixaram claro que o estudo tem limitações e não pode dar uma certeza absoluta, já que as análises foram feitas por um sistema automatizado.
O estudo descobriu que vários aplicativos gravaram vídeos e capturaram telas, ou seja, estavam vendo o que as pessoas faziam nos celulares.
De acordo com o Gizmodo, essas imagens das telas foram enviadas para terceiros.
Um dos aplicativos em que os pesquisadores encontraram essa atividade foi o serviço de delivery GoPuff.
Em aplicativos de entrega, os usuários costumam colocam dados de cartões de crédito e endereços residenciais, o que deixa a história toda mais grave.
Os termos de uso do GoPuff não avisavam os usuários sobre as capturas de tela, mas, depois que os pesquisadores entraram em contato com a empresa informando sobre o resultado do estudo, o GoPuff atualizou a sua política de privacidade, dizendo que "informações pessoais identificáveis" poderiam ser coletadas.