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O que está por trás do fim do Google Allo, rival do WhatsApp

Proposta de diferencial do aplicativo pode ter afastado os usuários

. (Reprodução/EXAME.com/Reprodução)

. (Reprodução/EXAME.com/Reprodução)

São Paulo - Na última semana, o Google anunciou que encerrará o Allo, aplicativo de mensagens criado em 2016 para rivalizar com o WhatsApp e o iMessage.

O grande diferencial do app, que era o uso de inteligência artificial para fornecer informações facilmente entre as conversas, pode ser justamente o que causou seu fim em tão pouco tempo.

A empresa aposta no Google Assistente para demonstrar seu potencial de dar as melhores respostas às necessidades que os usuários buscam na interface do aplicativo. Ele funciona como a Siri, do iPhone, e atende a dúvidas e–até certo ponto–dialoga com o usuário trazendo suas respostas, ou mesmo contando piadas.

Porém, a iniciativa de inserir a tecnologia do Assistente no ambiente de conversas do Allo causou forte rejeição em parte do público.

Para muitas pessoas, ainda é estranha a sensação de ter suas conversas “lidas” por um chatbot que não foi necessariamente convidado a entrar e de repente começa a sugerir lugares para jantar, melhores modelos de smartphone ou onde reservar um certo livro.

A equipe responsável pelo app sabia que a questão poderia incomodar usuários, tanto que disponibilizava um modo anônimo para aqueles que não queriam ser incomodados pelo Assistente enquanto conversavam, gerando um trabalho extra que tinha impacto negativo na experiência do usuário.

A premissa de precisar ler cada vez mais informações das conversas para aprimorar seu funcionamento foi outro fator que causou rejeição ao uso dado à inteligência artificial pela empresa, como conta o site FastCompany. Assim, os usuários aceitam ir até o Google Assistente para buscar informações, mas não o querem “invadindo” o ambiente privado de suas trocas de mensagens.

Iniciativa teve vida curta e ainda não convence

O Google não está sozinho. O Facebook M, iniciativa semelhante ao Google Allo, porém contando com uma conversa diretamente entre o usuário e o chatbot, foi criado também em 2016 e descontinuado no início deste ano. A principal ideia - frustrada - das duas empresas, além de fornecer informações, era vender os produtos dos anunciantes de maneira mais personalizada. Escândalos recentes de vazamentos de dados para hackers ou sua venda para empresas sem autorização ou conhecimento dos usuários entram na conta das impressões negativas.

Por outro lado, a rejeição das pessoas aos chatbots também podem estar ligadas à promessa de “ajuda ilimitada” que ainda estão atreladas ao funcionamento da tecnologia. Um usuário empolgado pode se decepcionar com as limitações dos robôs e assistentes virtuais, que ainda estão se desenvolvendo e aprendendo com os erros.

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