Smartphone: rede 5G deve chegar apenas em 2020 com alta velocidade (AntonioGuillem)
Victor Caputo
Publicado em 21 de outubro de 2015 às 04h56.
São Paulo – A Ericsson anunciou que irá fazer testes com rede 5G no Brasil a partir de 2016. Mas o que exatamente é o 5G e como ele pode mudar a sua vida?
Apesar dos testes, a rede 5G ainda deve demorar um pouco para se tornar realidade—a previsão é que isso aconteça lá para 2020. O 4G, diga-se de passagem, chegou a pouco tempo no Brasil. Mesmo mundialmente, a tecnologia não é tão antiga assim.
Veja a seguir um guia explicando os detalhes da rede e os impactos que deve causar.
O 5G será a próxima geração de conexão móvel sem fio—será a quinta geração, por isso o nome 5G. A rede poderá ser usada para troca de dados, assim como usamos hoje, em maior parte, o 3G e o 4G.
A evolução permitirá atingir uma velocidade maior em dispositivos pessoais como tablets e smartphones. Mas as grandes promessas sobre o 5G vão além desse tipo de uso.
A expectativa é que o 5G traga a estrutura necessária para que a internet das coisas seja uma realidade no mundo.
Esse conceito prevê dispositivos conectados se comunicando entre si—como uma geladeira que avisa quando estiver sem comida ou um sistema inteligente de casa que prevê quando a pessoa estiver voltando do trabalho.
A próxima geração deve trazer algumas mudanças em relação ao 4G. As melhoras são técnicas, mas importantes. As pesquisas na área têm como objetivo atingir três patamares.
Maior velocidade: Em teoria, a rede 4G é capaz de atingir velocidade de um gigabit por segundo—não que você chegue perto disso quando usa a conexão no seu celular. Com o 5G, o objetivo é atingir velocidade máxima dez vezes maior, chegando a 10 Gbps.
Menor latência: Latência é o tempo necessário entre a estimulação e o funcionamento real da rede. A meta é atingir uma latência de apenas 1 milissegundo com o 5G—a rede 4G tem latência de 50 milissegundos.
Maior eficiência: As pesquisas visam atingir um nível de eficiência energética mais alta. Isso é importante dentro da ideia de internet das coisas. Bateria de objetos não podem ser substituídas ou recarregadas com frequência em alguns casos. Aparentemente, a rede será 90% mais eficiente do que a 4G.
Além de permitir navegação em alta velocidade na rede, com vídeos de alta qualidade (até com resolução 4K) carregando quase instantaneamente, a rede 5G traz outras mudanças importantes.
Ela fará com que a internet das coisas seja possível. A chegada de dispositivos conectados criará demanda por rede de alta capacidade. Estima-se que o 5G permita a conexão de 7 trilhões de dispositivos—assim, cada pessoa no mundo poderá ter mil objetos conectados.
A partir daqui, veremos grandes inovações ao longo dos próximos anos. Com a internet das coisas veremos novidades como carros conectados (e até autônomos) e casas inteligentes.
Ambientes urbanos devem mudar bastante ao longo da próxima década. Soluções conectadas ajudarão na análise de tráfego, fornecimento de água, além de outras inúmeras possibilidades.
Em linhas gerais, a rede 5G trará inovações muito além das telecomunicações. “Ao conectar pessoas, máquinas e coisas em escala maciça se facilita a entrega de cuidados de saúde personalizados, se otimiza transporte e logística, se melhora acesso a cultura e educação e talvez se revolucione serviços públicos”, escreveu a União Europeia em um documento sobre o assunto.
O 5G estaria disponível não somente para smartphones e tablets, mas também para carros, hospitais, casas, entre outros.
Como dito, o 5G não deve chegar tão cedo assim até os usuários. Tradicionalmente, as gerações de dados em telecom mudam a cada dez anos. Especialistas acreditam que o 5G deve começar a tomar corpo na sociedade lá por 2020.
No momento, entidades, empresas e órgão internacionais estão debatendo e definido padrões para o 5G. Definidos os padrões, governos ao redor do mundo deve trabalhar para que seja possível implementar a rede.
Depois disso, empresas devem começar a oferecer o serviço e também produtos preparados para o 5G. Enfim, é uma evolução de longo prazo.
Bem, nenhuma tecnologia nova é lá muito barata. Mas tem sido consenso entre empresas que o valor cobrado pelo 5G não pode ser astronômico. A ideia é que ele fique perto do que é cobrado por um plano 4G.
Publicamos recentemente uma entrevista com o CIO da Ericsson, Anders Thulin, uma das empresas envolvidas no desenvolvimento do 5G. Na leitura dele, é importante que a tecnologia seja acessível e tenha uma boa cobertura, para que seja um sucesso.