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O que a Web3 reserva ao futuro dos videogames

Play-and-earn, blockchain e NFTs são tendências que se fundiram ao universo dos jogos. Mas o que mais vem adiante?

play-to-earn-jogos-web3 (Thinkhubstudio/Getty Images)

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Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 30 de março de 2023 às 17h48.

Última atualização em 30 de março de 2023 às 18h11.

Os games ocuparam um dos palcos do South by Southwest (SXWX) deste ano, o maior evento de inovação do mundo, realizado no início do mês no Texas, Estados Unidos. Afinal, a indústria global de games só cresceu nesses anos de pandemia, e mesmo com uma queda de 4,3% em 2022, movimentou US$ 184,4 bilhões, segundo dados da Newzoo, principal empresa de pesquisa do setor.

Este ano os holofotes voltaram-se para Joost van Dreunen, professor da NYU Stern School of Business, escritor e empreendedor americano que atua na área de games há mais de duas décadas, hoje à frente da New Breukelen. Embora o nome do painel fosse All About Games. Data, Trends, and What’s Next for 2023, ele focou mais nos números e nas inovações que já estão sendo implantadas nos últimos anos, como os games da Web3, que usam tecnologia blockchain.

Estes games dividem a opinião dos profissionais e dos jogadores. De um lado estão os disruptivos, muito animados com a possibilidade do play-and-earn, do outro os céticos, que não acreditam que o mercado vai encontrar a solução para os problemas que os jogos de NFT (tokens não fungíveis) causaram aos jogadores até o momento, entre eles golpes financeiros.

Joost van Dreunen se encaixa na primeira categoria. “As pessoas gostam de colecionar coisas e os NFTs são ativos digitais. Se há dez anos falássemos para os gamers que eles não teriam mais jogos físicos para comprar, eles duvidariam”, disse ele, acrescentando “O Axie Infinity provou que é possível um jogo com blockchain funcionar, o problema é que ele focou nos ganhos, não na diversão”.

Axie Infinity é um videogame online, onde os personagens se reproduzem e geram NFTs. Uma espécie de Pokémon da Web3. Foi desenvolvido pelo estúdio vietnamita Sky Mavis, usa criptomoedas baseadas em Ethereum, e ficou famoso porque durante a pandemia movimentou a economia das Filipinas. Pais, filhos e avós aprenderam a jogar para ganhar algum dinheiro enquanto estavam desempregados.

Baseado nos monstrinhos do popular Pokémon, ele tem os Axies, monstrinhos de NFT. Por ser o primeiro jogo de Web3 a ficar famoso, Axie Infinity virou sinômino de jogos play-to-earn. Esse modelo play-to-earn, no entanto, já foi superado pelos desenvolvedores de games. Hoje a própria Sky Mavis usa o termo play-and-earn, querendo dizer que vai colocar a diversão à frente da monetização.

No meu ponto de vista, caberá às grandes publishers resolver os problemas criados até aqui pelos jogos de NFTs. Para alegria dos disruptivos, dois gigantes já começaram a trabalhar em games de Web3: a japonesa Square Enix e a francesa Ubisoft.

Em maio do ano passado, a Square Enix vendeu seus estúdios da América do Norte para o Embracer Group, por US$ 300 milhões, que segundo seus dirigentes devem ser aplicados para desenvolver games de Web3. A aclamada franquia Tomb Raider, que tem como personagem principal a heroína Lara Croft, interpretada no cinema por Angelina Jolier, foi no pacote.

No fim de 2021, o gigante francês Ubisoft lançou um projeto de NFTs chamado Ubisoft Quartz. Embora a primeira tentativa não tenha dado certo, recentemente o CEO Yves Guillemot revelou que a empresa continua estudando para encontrar uma forma viável de colocar blockchain para monetizar seus games.

O Ubisoft Quartez transformou os cosméticos do jogo Tom Clancy's Ghost Recon Breakpoint no PC em NFTs colecionáveis. Embora o visual dos NFTs agradasse bastante, poucos fãs aderiram. Mesmo tendo sido resgatados de graça, os NFTs não fizeram sucesso porque não foram revendidos nos principais marketplaces. E os haters protestaram muito nas redes sociais.

Embora enfrentem todos esses problemas, os jogos de blockchain representam metade do faturamentop de toda a atividade on chain, segundo a The Blockchain Game Alliance, uma organização americana criada para para promover a indústria de games Web3.

A consultoria de investimentos MarketsandsMarkets vai mais longe e projeta um crescimento astronômico do nicho de games de Web3 de US$ 4,6 bilhões em 2022 para US$ 65,7 bilhões em 2027. Nesse meio tempo, Joost van Dreunen esperta uma “bolha” e depois a estabilização do mercado.

*Fernanda Domingues é consultora, palestrante e uma profissional de comunicação dedicada à indústria de games e eSports há 26 anos. TopVoice no LinkedIn, é professora da FIA, no curso “E-Sports: a Nova Arena dos Negócios”. Atualmente trabalha com inclusão e diversidade através dos videogames.

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