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O que a Microsoft vai fazer com o Skype

Comprado pela Microsoft, o serviço de comunicação via internet Skype deverá ser integrado a produtos que vão do console para jogos Xbox ao Windows Phone

A Microsoft pagou caro pelo Skype porque havia outros interessados, como Google, Facebook e Cisco (Justin Sullivan / Getty Images)

A Microsoft pagou caro pelo Skype porque havia outros interessados, como Google, Facebook e Cisco (Justin Sullivan / Getty Images)

Maurício Grego

Maurício Grego

Publicado em 11 de maio de 2011 às 13h10.

São Paulo — A notícia de que a Microsoft está comprando a Skype por 8,5 bilhões de dólares não é surpresa. Nas últimas semanas, circularam notícias de que tanto a empresa de Steve Ballmer como Facebook, Google e Cisco estavam negociando a aquisição. A competição entre os interessados explica por que o preço acabou sendo superior ao previsto, entre 5 e 6 bilhões de dólares.

Esse é o maior negócio desse tipo na história da Microsoft. A compra permite, à empresa, assumir a liderança nas comunicações por voz e vídeo na internet. Além disso, abre a possibilidade de incorporar o Skype a produtos que vão do console para jogos Xbox ao Windows Phone.

A Skype, mesmo sendo líder em sua área, vinha encontrando dificuldades para se manter lucrativa. Em 2010, teve faturamento de 860 milhões de dólares, mas registrou prejuízo de 7 milhões de dólares. A razão óbvia para isso é que poucas pessoas pagam para usar o serviço.

Vale lembrar que a empresa já foi comprada antes, em 2005, pelo eBay, que pagou 2,6 bilhões de dólares. A empresa de leilões na web pretendia, supõe-se, usar o serviço de comunicações como ferramenta de vendas. Mas o plano parece não ter dado certo; e a Skype acabou sendo revendida a investidores.

Skype no Windows

Nas mãos da Microsoft, a receita obtida diretamente pela Skype perde importância, já que a empresa de Steve Ballmer pode ganhar dinheiro vendendo outros produtos que terão o serviço incorporado. “Esta aquisição é uma clara tentativa da Microsoft de aumentar fortemente sua presença nos mercados de soluções colaborativas. Existe uma séria oportunidade referente à integração do Skype com grande parte do portfólio da Microsoft, como soluções de e-mail, plataforma de jogos e soluções móveis” indica Fernando Belfort, analista de mercado sênior da Frost & Sullivan.


O Skype deve, inicialmente, se fundir com o Windows Live Messenger, que também oferece funções de comunicação por voz e vídeo. O aplicativo também deve ser incorporado ao console para jogos Xbox e ao Windows Phone. Se for bem implementado nos smartphones, esse recurso pode ser um diferencial na competição contra o iPhone, o Blackberry e os aparelhos com Android – uma competição que, até agora, a Microsoft está perdendo. Mas é bom observar que o Skype já roda nessas outras plataformas de smartphones e faz bastante sucesso nelas. 

A Microsoft terá de enfrentar o dilema de manter essas versões do aplicativo ou torná-lo exclusivo para o Windows. A segunda opção seria perigosa, já que abriria espaço para algum serviço similar, compatível com iPhone e Android, conquistar os usuários dessas plataformas. Por causa desse risco, é provável que a Microsoft mantenha o Skype disponível para as demais plataformas e acrescente alguns recursos extras à versão que roda no Windows.

Microsoft x Google

Para a Microsoft, a compra também permite marcar um ponto sobre seu arqui-rival Google. Há anos, a empresa de Redmond apanha do Google no mercado de buscas. Seu serviço Bing tem até ganhado participação no mercado, mas ao custo de investimentos pesadíssimos. Agora, a empresa, pelo menos, está à frente do Google em comunicação por voz e vídeo.

Quem não deve estar feliz com essa aquisição, além do Google, são as empresas de telecomunicações. Um Skype integrado aos produtos da Microsoft pode ser uma opção muito conveniente aos serviços de telefonia oferecidos por elas, inclusive no ambiente empresarial. 

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