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O programador de “Paciência” não ganhou um real com o jogo

Wes Cherry era estagiário da Microsoft, quando decidiu fazer o game

Paciência: nome do desenvolvedor é Wes Cherry, e era estagiário na empresa de Bill Gates quando criou o jogo (Great Big Story/YouTube/Reprodução)

Paciência: nome do desenvolvedor é Wes Cherry, e era estagiário na empresa de Bill Gates quando criou o jogo (Great Big Story/YouTube/Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 18 de abril de 2017 às 14h11.

Última atualização em 18 de abril de 2017 às 18h12.

Se você teve acesso a um computador entre os anos 1990 e 2000, dá pra cravar que já jogou Paciência. E é bem capaz que você nunca tenha se perguntado quem foi a equipe por trás do game; mas aqui vão dois plot twists:

1 – Na verdade foi tudo trabalho de uma pessoa só ;

2 – Como o título desta matéria já deu spoiler, ele não ganhou nem um centavo por causa do joguinho.

O nome do desenvolvedor é Wes Cherry. E ele não estava na Microsoft por acaso. O então jovem era estagiário na empresa de Bill Gates.

Só que Paciência não era uma atribuição dele. Wes desenvolveu o game como um passatempo pessoal, em seu tempo livre, e aí deu o jogo de presente para a Microsoft.

“Eu escrevi os códigos para Windows 2.1, durante meu período de estágio na Microsoft, no verão de 1998. Eu tinha jogado um game parecido no Mac e, em vez de estudar para minhas provas na faculdade, resolvi fazer uma versão para PC. ”, contou Cherry em um fórum do Reddit.

“Um gerente de programação viu e decidiu incluir no Windows 3.0. Deixaram bem claro que eu não ia receber mais nada além de um IBM XT para corrigir alguns bugs durante meu ano letivo – eu achei ótimo naquela época, e acho ótimo hoje”, disse.

E o game quase não saiu no Windows. Bill Gates tinha uma grande crítica a respeito do jogo de cartas: era muito difícil.

No fim Paciência foi lançado, mas com um objetivo bem diferente do que seu criador esperava; enquanto Wes queria entreter os usuários de PC, Gates queria mesmo que o joguinho estivesse lá para servir como tutorial para ensinar as pessoas a usar aquela, até então, estranha ferramenta chamada mouse.

De qualquer forma, o jogo sofreu alterações antes de chegar às lojas. Sabendo do potencial procrastinador de sua criação, a versão de Wes possuía uma opção que fazia uma tabela falsa de Excel aparecer na sua tela com apenas um clique.

A ideia era simplesmente disfarçar para quando seu chefe estivesse passando por trás de você no trabalho.

Gates não gostou muito da ideia e tirou a funcionalidade da versão final. Wes contou sobre isso nessa entrevista ao canal do Youtube Great Big History.

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Hoje Wes é dono da Dragons Head Cider que, não, não é uma empresa de games – mas uma fábrica de cidra, a bebida feita de maçã. E não há nenhum indício que ele volte a criar novos games de cartas para qualquer tipo de plataforma; já que dessa vez ele está recebendo dinheiro pelo que faz.

O fato é que, durante os anos, Wes repetiu algumas vezes uma mesma piada. “Se eu tivesse ganho um centavo pra cada pessoa que já jogou o game, hoje eu teria grana o suficiente para sair com o Bill Gates”. Conforme sua história foi sendo conhecida, algumas pessoas chegaram até a enviar um centavo para sua conta. Ele ainda não conseguiu nem um dólar. Fazer o quê? Paciência…

Este conteúdo foi originalmente publicado no site da Superinteressante.

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