Tecnologia

O plano de US$ 20 bilhões da Intel para voltar a ser líder global de chips

No encalço de concorrentes como TSMC e Samsung, a companhia americana está disposta ir além e desembolsar até 100 bilhões de dólares para criar um mega complexo industrial

Pat Gelsinger, CEO da Intel (Paul Morris/Getty Images)

Pat Gelsinger, CEO da Intel (Paul Morris/Getty Images)

É sempre bom ter boas notícias antes de um balanço financeiro ser apresentado. A fabricante de processadores Intel, que divulga seus últimos dados de 2021 na próxima semana, sabe bem disso. A empresa detalhou nesta semana como se dará o seu mega projeto de 20 bilhões de dólares para retomar a liderança global do setor de chips e as novidades devem animar os investidores da empresa.

O plano, sobretudo, consiste em expandir a capacidade americana de fabricar componentes eletrônicos. E para tal, a empresa já investiu em maquinário de última geração e já escolheu uma região 1.000 acres em Ohio, nos EUA, para instalar duas novas fábricas. A iniciativa gerará pelo menos 3.000 empregos diretos, além de 7.000 postos de trabalho indiretos.

Em entrevista à revista Time, Pat Gelsinger, CEO da Intel, relata que a capacidade da nova região de operação é modular, e pode ser expandida conforme a necessidade. Seria possível ocupar a região com até oito fábricas.

“Nossa expectativa é a de que este se torne o maior local de fabricação de silício do planeta”, disse Gelsinger à Time, com o adendo de que o investimento, caso haja a expansão, custaria o montante de 100 bilhões de dólares, valor que a empresa está disposta a desembolsar.

O anúncio ocorre enquanto o mundo continua a lidar com uma escassez crescente de chips de computador, que atinge de fabricantes de consoles de jogos até montadoras de carros.

Uma situação que lança luz sobre a mudança iniciada há décadas na fabricação de chips dos EUA e da Europa que migrou para os países asiáticos, particularmente Taiwan, onde a maior fornecedora de todas, a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC), está sediada.

Para ajudar a reverter a mudança, o Senado dos EUA aprovou um pacote de subsídios de 52 bilhões de dólares para a indústria de chips em junho do ano passado, que ofereceria subsídios para empresas que construíssem novas fábricas nos EUA, mas o projeto ainda não passou pela Câmara.

Mas, de olho no subsídio, os concorrentes da Intel, TSMC e Samsung, anunciaram também novos empreitadas de fabricação nos Estados Unidos, mas no Arizona e Texas, respectivamente.

A vantagem da Intel, como relata o site The Verge, é o fato de ser uma empresa 100% americana, enquanto a proximidade da TSMC com a China será sempre uma pedra no sapato.

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