Tecnologia

O plano da Amazon para ganhar do ChatGPT e Google na corrida das IAs

A divisão de nuvem da gigante varejista aposta em inteligência artificial para engenharia de software. Se der certo, pode dominar um mercado corporativo que atualmente é pulverizado

Adam Selipsky: CEO da AWS (Noah Berger/Getty Images)

Adam Selipsky: CEO da AWS (Noah Berger/Getty Images)

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 14 de abril de 2023 às 17h02.

Última atualização em 14 de abril de 2023 às 19h16.

Muito além de responder perguntas, gerar artigos e conceber fotos como a do Papa Francisco de jaqueta puffer branca, a inteligência artificial (IA) é o segredo para uma operação mais produtiva e barata para as empresas. E não é um assunto para o futuro. Segundo o World Economic Forum, 52% das atividades laborais serão destinadas às máquinas até 2025.

É sabendo disso que a Amazon tem redesenhado sua divisão de computação em nuvem para novas ofertas de IA. Na quinta-feira, 15, três novos anúncios evidenciaram que a empresa é mais uma gigante da tecnologia a tentar lucrar com a IA generativa, a tecnologia por trás do ChatGPT.

Mas diferente da OpenAI, a divisão Amazon Web Services (AWS) tem como alvo clientes corporativos, que terão em breve processadores personalizados que, segundo ela, podem executar software de IA de maneira mais eficiente e barata do que os concorrentes.

Já na seara de ferramentas, a empresa comandada por Adam Selipsky apresentou o Titan, um bot treinado em grandes quantidades de texto para resumir conteúdo, escrever rascunhos, ideais ou assumindo a função de responder perguntas em canais de atendimento.

Ele será disponibilizados em um serviço da AWS, chamado Bedrock, onde os desenvolvedores podem explorar modelos construídos por outras empresas que usam IA generativa, incluindo softwares como o AI21 Labs, Anthropic e Stability AI.

“Acreditamos que os clientes vão precisar de muitos modelos diferentes de IA generativa para diferentes propósitos, e é improvável que qualquer modelo atenda a todos os clientes ou mesmo a todas as necessidades de um cliente”, disse Adam Selipsky, CEO da AWS, em entrevista ao Wall Street Journal, no evento de lançamento dos novos produtos.

Outro recurso que a empresa está promovendo é o CodeWhisperer, que gera e corrige códigos de programação. Ele competirá diretamente com o GitHub Copilot da Microsoft, que usa IA generativa. Anteriormente, a Amazon havia disponibilizado o CodeWhisperer apenas para um pequeno número de usuários.

Concorrência

Do outro lado da disputa, a empresas validam suas apostas com o grande público, ajudando no corporativo, mas em trabalhos mais simples como editores de texto, buscadores e automatização de pequenas tarefas.

A Microsoft, por meio de uma parceria com a OpenAI, fabricante do ChatGPT, integrou a tecnologia de IA generativa em seu serviço de busca na Internet, o Bing, e planeja implantar essas ferramentas nos produtos da fabricante de software.

O Google, da Alphabet, está correndo para fazer movimentos semelhantes. A Meta lançou seu próprio modelo de linguagem ampla e disse que um trabalho semelhante se expandirá em toda a empresa.

Mas da Amazon, para o consumidor final, até o momento, só resta a velha, e não tão inteligente, Alexa.

Acompanhe tudo sobre:Inteligência artificialChatGPTAmazonGoogle

Mais de Tecnologia

Canadá ordena fechamento do escritório do TikTok, mas mantém app acessível

50 vezes Musk: bilionário pensou em pagar US$ 5 bilhões para Trump não concorrer

Bancada do Bitcoin: setor cripto doa US$135 mi e elege 253 candidatos pró-cripto nos EUA

Waze enfrenta problemas para usuários nesta quarta-feira, com mudança automática de idioma