Tecnologia

O medo venceu a esperança

Ameaça de multas milionárias contra os piratas digitais

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h34.

A indústria fonográfica decidiu a estratégia para combater a circulação de música pela internet: instaurar o medo. No início de setembro, a RIAA, a associação americana que reúne as grandes gravadoras, anunciou os primeiros 261 processos contra usuários de serviços de troca de músicas no formato MP3 pela rede. Todos vivem nos Estados Unidos e tinham em seus micros pelo menos 1 000 músicas que poderiam ser baixadas por outros usuários. Milhares de outros processos virão, diz a RIAA.

Cada arquivo ilegal pode representar punições de até 150 000 dólares. A entidade fez as contas: a ameaça de multas milionárias pode ser a melhor maneira de afastar os piratas digitais das músicas que circulam de graça na rede. Quem se dispuser a apagar os MP3 do computador e assinar um termo prometendo não buscar mais músicas na rede, garante a RIAA, não será processado.

A eficácia da estratégia de dissuasão é para lá de duvidosa. Há seis anos, quando o formato MP3 começou a se tornar popular, as gravadoras tomaram medidas semelhantes. Processaram estudantes que disponibilizavam, em alguns poucos sites, grandes quantidades de música. As páginas saíram do ar, é claro. Mas a principal conseqüência disso foi a criação do Napster, um serviço que pela primeira vez permitiu o compartilhamento de arquivos diretamente entre os internautas.

O próprio Napster foi a vítima seguinte dos advogados das gravadoras. Perdeu na Justiça e foi fechado. Hoje, há pelo menos uma dezena de programas substitutos (e ainda mais eficazes) em operação. A dúvida, agora, é saber quanto tempo vai demorar até o surgimento de softwares capazes de esconder a identidade de quem está trocando MP3.

Em outra frente da guerra contra a pirataria digital, a Universal, que tem em seu catálogo campeões de venda como Eminem, 50 Cent e U2, anunciou um corte de até 30% nos preços cobrados dos varejistas. Motivo: a concorrência da música gratuita na internet. Ainda não se sabe se as lojas vão repassar o desconto para o consumidor final (e nem sequer se a política vai ser estendida a outras partes do mundo. Por enquanto, segundo a filial brasileira da empresa, por aqui não haverá mudanças). Pelo jeito, o medo não se instalou só da porta das gravadoras para fora.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Tecnologia

China Lança 2ª Expo Internacional da Cadeia de Suprimentos com Aumento de Expositores Estrangeiros

Xpeng da China avança na mobilidade aérea com fábrica de carros voadores

Por que a Apple foi banida de vender iPhones na Indonésia?

Reddit desafia Google como principal ferramenta de buscas online