Cerca de 13 anos depois do seu nascimento e um ano e meio após a versão 9, o Illustrator chega à décima edição. Um produto que começou como um modesto programa para desenho de mapas é, agora, complexo e poderoso. A versão 10 traz compatibilidade com o Mac OS X e com o Windows XP. Também acrescenta recursos inovadores, além de outros que já existiam em softwares como Freehand, Painter e CorelDraw. A parte de produção de gráficos para a web foi reforçada com a inclusão de funções do Photoshop e do ImageReady. O resultado é um aplicativo capaz de atender a uma enorme variedade de tarefas de ilustração.

O INFOLAB avaliou a versão para Mac do Illustrator 10. Há muitas novidades nela, algumas bastante evidentes. Entre as ferramentas de desenho, por exemplo, há vários botões novos. Um deles ativa a Varinha Mágica, parecida com a do Photoshop, mas para desenhos vetoriais. Outros botões acionam as ferramentas de linha segmentada, arco, grade retangular e grade polar.

Os recursos de distorção de objetos também ganharam reforços. Há sete novas ferramentas interativas que realizam tarefas como dobrar, amassar ou torcer objetos. Dobra e distorção de envelope, que antes só eram possíveis com plug-ins, agora são funções integradas ao software.

Um item em que o Illustrator estava atrasado em relação aos concorrentes é o uso de símbolos. A Adobe demorou, mas fez um bom trabalho. Os símbolos podem ser jateados para criar efeitos como os de árvores numa floresta ou labaredas num incêndio. Cada instância do símbolo refere-se a um mesmo gráfico. Isso economiza espaço no arquivo e facilita a edição. Todas as instâncias são manipuladas conjuntamente.

Quem produz gráficos para a web vai gostar da nova função de fatiamento dinâmico. A divisão de um gráfico em partes permite exportar cada pedaço com um formato ou uma taxa de compressão diferente. Pode-se, por exemplo, usar JPEG para os trechos fotográficos e GIF para os de texto. Isso pode ser feito dinamicamente, em função da posição dos objetos. Quando um objeto é movido, o fatiamento é refeito.

Nas versões anteriores, o Illustrator já exportava arquivos em SWF, o formato do Flash, da Macromedia, e SVG, da própria Adobe. Nesta edição, ele pode também importar arquivos SVG para ser editados. Outro aperfeiçoamento é o uso de símbolos em animações Flash, o que resulta em arquivos mais compactos.

A mais arrojada das novas funções para a web é a que cria gráficos baseados em banco de dados. Quando usada com o servidor de imagens AlterCast, da Adobe, essa tecnologia permite, por exemplo, publicar um gráfico financeiro ou um mapa meteorológico atualizados em tempo real.

Embora as novidades sejam muitas, quem está habituado a uma versão anterior não fica perdido. Os velhos comandos estão lá e, em geral, funcionam da mesma maneira. A lamentar, só a ausência de tutoriais, que facilitariam o aprendizado, e a interface poluída. Com tantos botões e palhetas, é difícil trabalhar num monitor com menos de 19 polegadas.

Apesar de trazer uma lista muito animadora de novidades, esse upgrade não é para todos. Ele é interessante para usuários que gostam de explorar ao máximo cada recurso. Quem acha que o Illustrator 9 já é complexo demais ou trabalha com uma edição do Mac OS anterior ao Mac OS X não vai encontrar tantas vantagens. Além disso, o upgrade traz mais benefícios para quem cria para a web que para os ilustradores que produzem trabalhos impressos.

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