Tecnologia

O futuro da Intel está no reconhecimento humano e computação vestível

Conheça as apostas da empresa para transformar nosso dia a dia

Intel Edison

Intel Edison

DR

Da Redação

Publicado em 7 de janeiro de 2014 às 14h35.

Caminhamos para mudança do paradigma de interface homem-máquina para uma interface humana e natural, isto é, uma interface capaz de entender todas as nossas formas de comunicação, desde a linguagem corporal, passado por nossa fala e até elementos como a temperatura, batimentos cardíacos ou expressões faciais.

As máquinas serão capazes de “entender” nossa real intenção e a partir daí executar tarefas. Esta imersão em experiências computacionais e não mais centradas em objetos eletrônicos únicos é a visão de longo prazo da Intel.

Sutileza gestual do Intel Real Sense

Mooly Eden, o vice presidente e gerente geral do Perceptual Computing da Intel, apresentou ontem, em Las Vegas, o Intel Real Sense. Trata-se de uma pequena placa, do tamanho do dedo indicador, que pode ser embutida em computadores ou tablets. Inicialmente, os fabricantes que venderão tal dispositivo embutido são: Asus, Acer, NEC, Dell, HP, Fujistsu e Lenovo.

Abstraindo o funcionamento do hardware, o dispositivo pode ser usado para reconhecer objetos em movimento com boa profundidade. Via software, em tempo real, você pode alterar o fundo, destacar objetos em primeiro plano, reconhecer gestos e movimentos suaves da face. Alguns jogos infantis, navegação em 3D pelo mundo real, videoconferência e música foram demonstrados no palco. Todos eles controlados por movimentos. Parece que é uma evolução do que desenhava a câmera Creative Senz3D.

Para completar esta, digamos, suíte de reconhecimento, entrou em cena a tecnologia batizada de “assistente dragão” (uma tradução literal de Dragon Assistant), fruto de uma parceria com a Nuance. Semelhante a Siri (Apple), S Voice (Samsung) e Google Now (Motorola/Google) o assistente espera um comando de inicialização, que no caso é “Hello Dragon” e, na sequencia, um comando para ser executado. Na demonstração ele funcionou tanto online, buscando em uma base de localizações restaurantes que vendem homus (uma pasta árabe deliciosa), quanto offline, no caso para música. Ele procura nos arquivos locais ou em serviços de streaming como o Spotify.

Apesar de inovador, Mooly recorreu a referências antigas da empresa, plausíveis dado a magnitude. Lei de Moore, evolução da microeletrônica e até uma citação do Eniac (um computador digital eletrônico dos anos 1940) couberam no programa. Mas não se engane, apesar de serem o que chamamos de velha escola, o caminho está pavimentado. Perceba que a aposta não é apenas da Intel. O Google, por exemplo, comprou ano passado a empresa de reconhecimento de gestos Flutter. A Apple comprou a empresa criadora do sensor do Kinect, a PrimeSense.

A utilidade destas tecnologias é altamente questionável neste momento. Um bom teclado e mouse ainda resolvem bem o problema. São apenas embriões de uma empresa nobre que não quer perder a evolução.

Da criação da lâmpada à internet das coisas

O CEO da Intel, Brian Kzarnich, foi quem fez os lançamentos mais interessantes. Ele demonstrou os protótipos da Intel para a computação vestível. O primeiro deles foi o Jarvis (isto mesmo, mesmo nome do computador de bordo do Homem de Ferro). Trata-se de um fone de ouvido que reconhece sua voz e interage com o smartphone para lhe retornar informações. Ele pode controlar para você o smartphone. Um pouco mais avançado do que vimos no Google Now do smartphone Moto X.

Um relógio inteligente autônomo, que não precisa de conexão com o celular, também chamou atenção. Mais simplista que o Locke que testamos no INFOlab, o relógio da Intel aposta na usabilidade. Além de ter conexão com a rede de celular, ele implementa uma solução batizada de “Smart Geo Fencing”. Nada mais é do que um acompanhamento à distância de uma pessoa. Até aí nada novo, apesar de impressionante.

A respiração travou mesmo na demonstração do Edison. Um pequeno computador portátil do tamanho de um cartão SD que vem com conexão Bluetooth Low Energy e Wi-Fi. O processador é um Quark SoC (system-on-a-chip) com dois núcleos, apresentados no último Intel Developer Forum. Ele roda uma versão modificada do Linux. As aplicações para o mundo das coisas conectadas são quase infinitas.

Kzarnich apelou para o instinto humano de bem cuidar da sua recém nascida prole. O Edison se transformou em um dispositivo capaz de analisar os batimentos cardíacos, temperatura e movimentação do bebê. Batizado de Mimo Baby Monitor, o novo dispositivo interpreta os sensores e envia para uma caneca de café também automatizada que exibe através de LEDs embutidos o que está acontecendo. Uma movimentação, um aumento de temperatura e de batimentos cardíacos farão também um terceiro dispositivo esquentar a mamadeira.

Se o preço for barato o suficiente, veremos em breve uma enxurrada de novos dispositivos para automatizar seu dia a dia. A Intel começou com parcerias que vão desde a indústria da moda até fabricantes de lâmpadas. Para mover a comunidade Do It Yourself, a empresa lançará uma competição nomeada Make it Wearable. Ela terá prêmios que totalizam 1,3 milhão de dólares. O risco aí não será mais esquecer de algo ou ficar impossibilitado de executar uma tarefa por causa da distância, mas transformar a sociedade tão profundamente que não sabemos neste momento indicar quais serão as implicações.

Acompanhe tudo sobre:CESEmpresasEmpresas americanasempresas-de-tecnologiaINFOIntel

Mais de Tecnologia

10 frases de Steve Jobs para inspirar sua carreira e negócios

Adeus, iPhone de botão? WhatsApp vai parar de funcionar em alguns smartphones; veja lista

Galaxy S23 FE: quanto vale a pena na Black Friday?

iPhone 13: quanto vale a pena pagar na Black Friday 2024?