YouTube Shorts: formato chegou ao Brasil para concorrer com o TikTok em 2021 (YouTube Shorts/Reprodução)
Repórter
Publicado em 4 de setembro de 2023 às 07h51.
Última atualização em 4 de setembro de 2023 às 08h01.
Com o sucesso do Shorts, o formato de vídeos curtos do YouTube, surgiram preocupações internas sobre a possível canibalização do negócio principal da empresa, segundo relata o Financial Times.
Desde seu lançamento em 2021, o Shorts acumulou mais de 2 bilhões de usuários, mas, em contrapartida, afetou a audiência dos vídeos tradicionais mais longos da plataforma.
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Nas reuniões estratégicas recentes do YouTube, houve debates sobre a diminuição do interesse pelos vídeos longos, que historicamente geravam mais receita.
O crescimento do TikTok e a predileção da geração mais jovem por vídeos curtos são apontados como fatores para essa mudança.
Em outubro do ano passado, a plataforma relatou pela primeira vez uma queda trimestral na receita publicitária. Nos dois trimestres seguintes, os números continuaram em queda, se comparados ao ano anterior. No entanto, em julho, foi registrado um aumento de 4,4% nas vendas de anúncios, chegando a US$7,7 bilhões - representando cerca de 13% da receita publicitária do Google.
Apesar dessa recuperação, há uma preocupação interna sobre a redução da produção de vídeos longos pelos criadores de conteúdo, influenciados pelo interesse do consumidor e pelas marcas que preferem o formato curto.
Uma comparação foi traçada entre o declínio na visualização de vídeos longos e a redução na leitura de livros, devido ao tempo e foco requeridos.
Em resposta, o YouTube afirmou que o Shorts foi criado para complementar os outros formatos na plataforma e não para competir. A diversificação é vista pela empresa como um ciclo virtuoso que atrai novos espectadores.\
Outras empresas de mídia social, como a Meta, também lançaram suas versões de vídeos curtos em 2021.
Vídeos mais longos oferecem mais chances para publicidade e possuem uma taxa de clique mais alta para sites de e-commerce.
Para competir, o YouTube introduziu incentivos financeiros mais atraentes para criadores e ferramentas de edição. A empresa também tem colaborado com o Google DeepMind para aprimorar a eficiência da plataforma através da inteligência artificial.
Contudo, menos de 10% dos criadores utilizam as ferramentas de edição do Shorts. Geralmente, fazem em outros apps como o próprio TikTok ou Capcut. Como resposta, a plataforma passou penalizar a audiência de vídeos com a marca d'agua TikTok.
O modelo de compartilhamento de receita do YouTube oferece 45% para criadores no Shorts e 55% em vídeos longos, mas muitos criadores têm grande parte de sua renda proveniente de parcerias com marcas.