Da Redação
Publicado em 21 de outubro de 2013 às 10h00.
São Paulo – “A eficiência das tecnologias que adotamos têm 100% de impacto em nossa operação.” A afirmação, feita por Kleber Linhares, diretor de tecnologia e e-commerce da Azul, não é exagerada se levarmos em conta que, em companhias aéreas, o uso de recursos avançados é fundamental em todas as operações da empresa, da venda de passagem aos sistemas de comunicação usados nas aeronaves.
No último ano, a companhia de Linhares decidiu terceirizar seu parque de servidores, deixando seu data center na mão de um único fornecedor especializado. O objetivo da ação, explica o diretor da Azul, foi diminuir custos com TI e melhorar a rapidez e confiabilidade de seus terminais de check-in nos aeroportos, totalmente dependentes de conexão com um data center eficaz e seguro.
Atualmente, toda a infraestrutura de TI da aérea – do data center aos terminais de check-in – está nas mãos de um único fornecedor, o que, segundo Linhares, elimina a necessidade de múltiplos contatos e plataformas para dar suporte às operações da empresa no dia a dia.
De acordo com a Azul, 95% dos desktops e notebooks usados pela empresa também são da mesma fabricante de PCs, tanto na sede da companhia quanto nos pontos de atendimento espalhados por aeroportos em todo o Brasil.
A unificação de fornecedor em áreas como software e hardware permitiu à Azul negociar melhores contratos e, em função de não usar várias tecnologias diferentes, reduzir seus custos de suporte e manutenção de infraestrutura. A economia permitiu, ainda, investir em novas versões – mais rápidas e econômicas – de servidores, o que permitiu à companhia aumentar em até 65% a eficiência de cada servidor utilizado.
A adoção de máquinas mais novas diminuiu os gastos com energia em seu data center e melhorou a capacidade da TI de responder às demandas da empresa, mesmo nos momentos de pico de tráfego de dados, como feriadões e períodos de festas.
Atualmente, o data center da aérea concentra sistemas críticos, como os canais de vendas ao consumidor final (B2C) e corporativo (B2B). Informações como o sistema de malha aérea brasileiro, escala de tripulantes, dados de manutenção de aeronaves e sistemas de gestão (ERP) também migraram para a nuvem, o que significa dizer que podem ser acessados por qualquer colaborador, de qualquer dispositivo, desde que cumpra as regras de validação e segurança da empresa.
A flexibilidade da nuvem em permitir que demandas variáveis sejam atendidas com eficiência foi outro ganho da Azul com a migração. “Conseguimos aumentar e diminuir o poder de processamento de nosso data center para acompanhar a sazonalidade do mercado brasileiro”, afirma Linhares, que coloca mais linhas digitais em ação em épocas como Natal e ano-novo.
Informações em tempo real – Com a migração de dados para uma única plataforma em nuvem, a TI da Azul pode, agora, integrar dados que, antes, ficavam armazenados em diferentes softwares e plataformas. “Essa mudança de modelo tecnológico permitiu aos gestores da empresa ter uma visão mais integrada, e atualizada em tempo real, sobre a dinâmica da empresa”, afirma Jefferson Santana, gerente de data center e arquitetura de TI da Azul.
O acesso facilitado a informações estratégicas também permitiu que os pilotos da companhia se tornassem mais eficientes. Nas aeronaves Embraer E-190 usadas pela Azul, por exemplo, não há equipamentos detalhados para a leitura de informações de voo, como mapas e dados sobre condições de voo e pouso disponíveis no painel da aeronave. Para suprir essa carência, a Azul decidiu instalar notebooks a bordo, com a anuência da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Como os dados de voo podem ser facilmente copiados dos servidores da empresa antes da decolagem, os pilotos da Azul dispõem de informações mais ricas e detalhadas do que contariam, por exemplo, se usassem só os instrumentos nativos da aeronave.
Na prática, esse recurso melhora a segurança do voo e a pontualidade das viagens. De acordo com o gerente de serviços de TI da Azul, Adriano Mello, a empresa pretende ainda liberar o acesso a dados de voo para tablets que serão usados por tripulantes da companhia. “Esse projeto vai exigir mais de nossa capacidade de armazenamento, já que estamos falando de dados estratégicos”, afirma Mello.
A partir de uma base centralizada de dados e servidores virtuais, será possível acessar mais dados de qualquer lugar e qualquer dispositivo, o que deve assegurar maior eficiência operacional à companhia. Afinal de contas, quando se trata de ganhar competitividade, tecnologia é 100% fundamental.