Tecnologia

Número de praias limpas paulistas cai pela metade

Somente 15% das praias estiverem em condições adequadas para um mergulho humano ao longo de todo o ano

Enseada de Ubatuba (Wikimedia Commons)

Enseada de Ubatuba (Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de maio de 2014 às 06h33.

As praias paulistas ficaram mais impróprias ao banho no ano passado. Somente 15% delas estiverem em condições adequadas para um mergulho humano ao longo de todo o ano, contra 35% em 2012 - uma redução de 57%. O dado consta do documento Qualidade das Praias Litorâneas no Estado de São Paulo 2013, divulgado nesta quarta-feira, 7, pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). A informação tinha sido antecipada pelo Estado em dezembro do ano passado.

No litoral norte, a piora foi ainda mais acentuada. Nos quatro municípios da região (São Sebastião, Ilhabela, Caraguatatuba e Ubatuba), a porcentagem de praias próprias durante o ano inteiro caiu de 54% para 22%. As ótimas passaram de 18% para 7% e as ruins ou péssimas subiram de 9% para 25%. Na Baixada Santista, o número de praias consideradas péssimas também subiu - de 13% para 30%, havendo piora em todos os municípios, com exceção de São Vicente.

Karla Pinto, técnica da Cetesb do setor de Águas Litorâneas, atribuiu a piora das condições de balneabilidade a chuvas intensas nos meses de março, abril, junho, novembro e dezembro. Segundo o relatório, esses meses tiveram, no ano passado, taxas de precipitação maiores que a média.

Karla explica que as chuvas intensas ajudaram a piorar um cenário de saneamento básico insuficiente, em especial no litoral norte, com despejos irregulares de esgoto e pouco tratamento do que é coletado. "Chuvas intensas aumentam a vazão daqueles cursos d’água contaminados com esgoto sem tratamento que vemos na areia. Elas lavam o solo e levam tudo para o mar", explica. O cenário também piora com o aumento da população flutuante, que gera mais esgoto. "Em alguns momentos do ano, a população da cidade de Praia Grande, por exemplo, multiplica cinco vezes."

Saúde.

O relatório traz um alerta para que a população não entre nunca nas praias consideradas impróprias. E evite entrar no mar 24 horas após chuvas intensas. "Quando abre o sol após uma tempestade, as pessoas tendem a correr para a praia, mas é o pior momento, porque é quando o esgoto ainda não dispersou", afirma Karla.

A Cetesb lembra que há o risco de contrair doenças variadas que podem ir desde leves gastroenterites (vômito e diarreia) - os casos mais comuns -, a hepatite A, cólera e febre tifoide. Há o perigo também de pegar dermatoses, conjuntivite, otite e doenças respiratórias.

Questionada se a piora da balneabilidade se traduziu em um aumento dessas doenças, Karla diz que a Cetesb não tem informações sobre isso. "A verdade é que diante de uma diarreia leve, ninguém costuma procurar o sistema de saúde. E quando procura, normalmente não se faz um exame para descobrir o patógeno. A gente não sabe."

Acompanhe tudo sobre:cidades-brasileirasINFOMeio ambienteMetrópoles globaisPreservação ambientalsao-paulo

Mais de Tecnologia

'Mercado do amor': Meta redobra esforços para competir com Tinder e Bumble

Apple se prepara para competir com Amazon e Google no mercado de câmeras inteligentes

Procon-SP notifica Meta sobre publicidade de vapes em suas plataformas

Não é só no Brasil: X está perdendo usuários nos EUA após vitória de Trump