Tecnologia

Novo cabo submarino de US$ 185 mi ligará Brasil a Portugal

A Telebrás pretende construir cabo submarino que ligará Brasil e Portugal, tudo sem depender de qualquer tecnologia dos EUA, segundo a Bloomberg


	Portugal: cabo terá mais de 5.600 quilômetros de extensão, saindo de Fortaleza e chegando a Lisboa
 (Thomas/Wikimedia Commons)

Portugal: cabo terá mais de 5.600 quilômetros de extensão, saindo de Fortaleza e chegando a Lisboa (Thomas/Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 31 de outubro de 2014 às 09h13.

Não são só o Google e a Algar que estão com um projeto de cabo submarino. De acordo com reportagem da Bloomberg, a Telebrás também tem seus planos.

A empresa de telecomunicações estatal pretende gastar 185 milhões de dólares na construção de uma estrutura que ligará Brasil e Portugal, tudo sem depender de qualquer tecnologia norte-americana – uma provável crítica à espionagem praticada pela Agência Nacional de Segurança dos EUA, a NSA.

De acordo com a reportagem, o projeto foi criado ainda em 2012, mas o escândalo iniciado pelo vazamento de documentos feito por Edward Snowden parece ter agilizado o processo de aprovação.

O cabo terá mais de 5.600 quilômetros de extensão e cruzará o Oceano Atlântico, saindo de Fortaleza e chegando a Lisboa, capital portuguesa.

A construção começará no meio de 2015 e deve terminar em 18 meses, e a estrutura servirá para fortalecer a comunicação entre o Brasil e a Europa – que hoje depende basicamente de linhas que passam por território norte-americano.

Planos ainda apontam para a construção de novos cabos para ligar o país diretamente à África e à Ásia, segundo declaração dada por Dilma Rousseff em coletiva de imprensa realizada no último dia 20 deste mês.

A empresa estatal brasileira afirmou à reportagem que só fará parcerias com marcas nacionais, europeias ou asiáticas para a construção, bem diferente do que acontece com o projeto que envolve Google e Algar Telecom.

Entre os nomes citados na matéria, estão a espanhola Islalink Submarine Cables e a fabricante de equipamentos de rede paulista Padtec, que pretende fazer uma oferta para operar o novo cabo submarino por inteiro.

Empresas norte-americanas nem foram consideradas para o projeto, segundo o texto – o que indica uma tendência. A Cisco, que poderia trabalhar na estrutura, é uma das que mais sofre com a desconfiança do mercado brasileiro, e viu inclusive de 13% nos pedidos vindos do Brasil.

E a tendência não se limita ao Brasil: Microsoft e Verizon, por exemplo, também ficaram sem alguns contratos por aqui e também na Alemanha, dois dos países cujos líderes nacionais tiveram comunicações monitoradas pela NSA.

“Até 2016, essas empresas norte-americanas podem deixar de ganhar até 35 bilhões de dólares graças a essas dúvidas relacionadas à segurança de seus sistemas”, segundo a matéria.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEuropaNSAPiigsPortugalTecnologia da informaçãoTelebrasTelecomunicações

Mais de Tecnologia

Sul-coreanas LG e Samsung ampliam investimentos em OLED para conter avanço chinês

Jato civil ultrapassa barreira do som pela 1ª vez na história

EUA entra para lista de "países sensíveis" da divisão de mapas do Google

Alibaba aposta em IA e diz que supera ChatGPT e DeepSeek