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Novo 737 da Boeing estreia em mercado turbulento

Com autonomia de 7.130 quilômetros, o novo avião deve conseguir voar sem escalas de Dallas até Honolulu

 (Boeing/Divulgação)

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Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 20 de março de 2018 às 13h44.

O 737 Max, o mais novo e menor avião de passageiros da Boeing, voou pela primeira vez pelo céu azul de um mercado turbulento e lotado.

A decolagem do terceiro dos quatro modelos planejados da família Max, às 10h17 da sexta-feira na fábrica da Boeing, perto de Seattle, foi tranquila. O avião aterrissou no Boeing Field às 12h59.

As mais recentes atualizações do 737 da Boeing, um modelo surgido em meados dos anos 1960, cumpriram a maioria das metas de um cronograma elaborado há anos, embora a fabricante esteja elevando a produção de modelos de corredor único a níveis recorde.

Mas as perspectivas para o novo avião – o Max 7 – são nebulosas. As vendas enfraqueceram porque as aéreas de baixo custo passaram a adotar modelos maiores e mais econômicos. Até mesmo a Southwest Airlines, a cliente do lançamento do Max 7 e a maior operadora do 737-700, o predecessor desse avião, faz parte dessa tendência. A companhia com sede em Dallas encomendou 30 unidades do Max 7 e 210 unidades de seu irmão de maior porte, o Max 8.

A Boeing, com sede em Chicago, respondeu aos dois maiores clientes do Max 7, a Southwest e a canadense WestJet Airlines, esticando a estrutura do avião de fuselagem estreita para acomodar 138 pessoas, 12 a mais que o planejado originalmente. Além disso, o novo modelo viaja mais longe do que outros modelos Max ou da concorrência. Com autonomia de 7.130 quilômetros, o novo avião deve conseguir voar sem escalas de Dallas até Honolulu.

A concorrência está acirrada. Novos modelos da brasileira Embraer e da canadense Bombardier disputam vendas na mesma fatia do mercado: aviões para entre 130 e 150 passageiros. A francesa Airbus praticamente cedeu as vendas do seu A319neo enquanto se prepara para assumir o controle da C Series da Bombardier por meio de uma joint venture criada no ano passado.

A Boeing conseguiu oito clientes para o modelo até agora, entre eles a Ruili Airlines, com sede na China, mas não quis revelar o total de vendas, disse Jeff Haber, diretor regional de marketing de produtos da Boeing, a jornalistas na sexta-feira. A fabricante pretende ter como alvo empresas aéreas que precisem de motores com melhor desempenho em climas úmidos ou aeroportos de altitude elevada – e realizará o teste de operação em condições de alta temperatura e altitude elevada (hot-and-high) para o Max 7 na China.

A enxurrada de novos aviões poderia acabar despertando o interesse das empresas aéreas pela categoria, especialmente se os preços do combustível aumentarem, disse Richard Aboulafia, analista da Teal Group para o setor aeroespacial.

“Talvez o Max 7 fique em um nicho pequeno”, disse ele. “Ou talvez os aviões da Embraer e da C Series estimulem o mercado de 130 assentos. É um pouco mais do oferecido pelos modelos de 100 assentos, uma terra de ninguém.”

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