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Nova substância pode tornar baterias de lítio mais seguras

Os pesquisadores identificaram o potencial da substância, enquanto estudavam um material para impedir que os mariscos grudem nos cascos dos navios


	Carro elétrico Model S, da Tesla: atualmente, baterias representam risco de incêndio espontâneo, como se viu no Boeing 787 Dreamliner ou em elétricos da Tesla
 (Krisztian Bocsi/Bloomberg)

Carro elétrico Model S, da Tesla: atualmente, baterias representam risco de incêndio espontâneo, como se viu no Boeing 787 Dreamliner ou em elétricos da Tesla (Krisztian Bocsi/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 10 de fevereiro de 2014 às 20h19.

Cientistas americanos descobriram uma substância que pode evitar que as baterias de lítio peguem fogo, segundo uma pesquisa publicada nesta segunda-feira.

Os pesquisadores identificaram o potencial da substância, enquanto estudavam um material para impedir que os mariscos grudem nos cascos dos navios.

Eles constataram, desta forma, que o material pode funcionar como um eletrolito, substância condutora de eletricidade, para baterias de íons de lítio.

Atualmente, estas baterias representam risco de incêndio espontâneo, como se viu recentemente no Boeing 787 Dreamliner ou em modelos de carros elétricos americanos Tesla.

"Há uma forte demanda destas baterias e também para que sejam mais seguras", disse Joseph DeSimone, da Universidade da Carolina do Norte, que chefiou a pesquisa publicada nas Atas da Academia Nacional de Ciências (PNAS).

"Os cientistas têm procurado há anos substituir este eletrolito, mas sem sucesso, e ninguém tinha pensado anteriormente nesta substância chamada perfluoropoliéter (PFPE), como eletrolito em baterias de íons de lítio", disse William Kenan, da Universidade da Carolina do Norte, um dos co-autores do estudo.

Atualmente, as baterias de lítio são utilizadas em diversos dispositivos, tais como computadores portáteis, telefones celulares, aviões e carros elétricos, mas um líquido inflamável é usado como eletrolito, explicaram os pesquisadores.

Quando as baterias estão carregadas demais, este eletrolito pode pegar fogo, incendiando espontaneamente a bateria, o que pode ter consequências catastróficas, prosseguiram.

Estes cientistas se deram conta do potencial do PFPE para as baterias de lítio quando viram que tinha a mesma estrutura química de um eletrolito de polímero que já era objeto de estudos para este tipo de bateria.

O PFPE é um polímero bem conhecido e usado há muito tempo como lubrificante para máquinas industriais.

Mas, "quando descobrimos que podíamos dissolver o sal de lítio no polímero, tudo mudou", disse Dominica Wong, um dos pesquisadores da equipe de DeSimone.

"A maioria dos polímeros não se mistura aos sais, com exceção do PFPE que, além disso, não é inflamável, o que foi inesperado", acrescentou.

No passado, os cientistas tinham identificado outros eletrolitos não inflamáveis para baterias de íons de lítio, mas eles comprometiam as propriedades da bateria.

Agora, a equipe de pesquisadores se concentrará em como otimizar a condutividade deste eletrolito e melhorar os ciclos de recarga da bateria e os passos necessários antes de sua comercialização, afirmaram os autores desta descoberta.

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