Tecnologia

Nova estratégia para prevenir a Aids funciona em primatas

A descoberta promete abrir uma alternativa para a pesquisa de vacinas convencionais


	Vacina contra Aids: a técnica pode inibir uma ampla categoria de mutações do vírus, dizem cientistas
 (Anne-Christine Poujoula/ AFP)

Vacina contra Aids: a técnica pode inibir uma ampla categoria de mutações do vírus, dizem cientistas (Anne-Christine Poujoula/ AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de fevereiro de 2015 às 13h36.

Londres - Uma nova estratégia para prevenir contágios pelo vírus do HIV demonstrou ser efetiva em primatas e promete abrir uma alternativa para a pesquisa de vacinas convencionais, segundo um estudo publicado nesta "quarta-feira" pela "Nature".

Pesquisadores americanos elaboraram um método que oferece proteção prolongada a macacos Rhesus contra a variante do vírus em primatas e suas mutações.

As vacinas tradicionais contra o HIV disparam a produção de anticorpos para neutralizar o vírus, mas inclusive os anticorpos de alcance mais amplo mostram uma capacidade limitada para bloquear todas as cepas do vírus.

A nova estratégia, descrita pelo pesquisador do Scripps Research Institute da Flórida (EUA) Michael Farzan e seu grupo, consiste em produzir réplicas dos receptores que o HIV utiliza para entrar nas células.

Esses receptores ficam enlaçados ao vírus e minam sua capacidade para infectar com efetividade as células.

A pesquisa descreve uma mistura de proteínas receptoras e um peptídeo (eCD4-lg) que fica ligado com solidez ao HIV e o inativa de forma irreversível.

Segundo os cientistas, a técnica pode inibir uma ampla categoria de mutações do vírus, incluídas aquelas que mostraram maior resistência aos anticorpos.

"Os últimos trinta anos estiveram marcados por uma longa e desalentadora busca de uma vacina efetiva para o HIV", afirmou a revista "Nature".

A publicação científica descreve como em 2009 um estudo na Tailândia de uma das vacinas mais promissoras demonstrou uma efetividade de pouco mais de 31% na redução da taxa de infecções, e que se reduzia ainda mais um ano depois da vacinação.

As dificuldades no desenvolvimento de uma proteção mais eficiente a partir dos padrões tradicionais forçaram os pesquisadores a explorar o problema de uma nova perspectiva, que parece ter dado frutos com o trabalho de Farzan.

No entanto, os cientistas advertem que é necessário continuar seus estudos, por enquanto em primatas, para se assegurar o tratamento pode ser seguro para os humanos. 

Acompanhe tudo sobre:AidsDoençasEpidemiasVacinas

Mais de Tecnologia

WhatsApp volta ao normal depois de parar de funcionar em vários países

Pequim anuncia plano para avanço em inteligência incorporada

WhatsApp fora do ar? App de mensagens apresenta instabilidade nesta sexta-feira

Google faz novos cortes de funcionários e atinge setores de IA, Cloud e segurança