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Nova droga trata câncer sem queda de cabelo

A ação é possível porque o novo remédio atua diretamente no tumor, em vez de afetar todas as células do corpo


	Paciente com câncer recebendo tratamento de quimioterapia: além de evitar os efeitos colaterais da quimioterapia, ele aumenta em 50% o tempo de sobrevida
 (Justin Sullivan/Getty Images/Getty Images)

Paciente com câncer recebendo tratamento de quimioterapia: além de evitar os efeitos colaterais da quimioterapia, ele aumenta em 50% o tempo de sobrevida (Justin Sullivan/Getty Images/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 6 de fevereiro de 2014 às 09h07.

São Paulo - A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou um medicamento para o tratamento do câncer de mama que não causa queda de cabelo e provoca menos efeitos colaterais do que a quimioterapia tradicional.

A ação é possível porque o remédio atua diretamente no tumor, em vez de afetar todas as células do corpo. De acordo com os organizadores do estudo, trata-se da primeira droga com esse mecanismo aprovada no País.

O medicamento trastuzumabe entansina (também chamado de T-DM1) é indicado para um tipo de câncer de mama avançado, identificado como HER2 positivo, que corresponde a 20% de todos os casos da doença.

Seu uso deve ocorrer quando o tratamento convencional não apresentar mais resultados. Além de evitar os efeitos colaterais da quimioterapia, ele aumenta em 50% o tempo de sobrevida.

"A droga tem um efeito casado. Ela possui um anticorpo e um quimioterápico. Por ser extremamente potente, esse quimioterápico não poderia ser aplicado sozinho porque seria muito tóxico ao organismo. O que acontece é que o anticorpo conduz o quimioterápico até o interior da célula tumoral e libera o medicamento lá dentro", explica José Luiz Pedrini, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia e um dos coordenadores do estudo do medicamento no Brasil. O mecanismo do remédio é conhecido como "cavalo de troia".

Segundo o médico, a pesquisa, realizada em vários países, incluiu cerca de cem brasileiras. "Há pacientes que começaram a participar do estudo em 2011 e seguem vivas. Sem essa opção, elas sobreviveriam por cerca de seis meses porque não teriam outra alternativa de tratamento", explica.


Uma das razões para o melhor prognóstico é que o novo medicamento pode ser usado por mais tempo do que a quimioterapia tradicional. "Os medicamentos já existentes podem ser aplicados por, no máximo, oito sessões, por causa da toxicidade. Por ser menos agressiva, a trastuzumabe entansina pode ser utilizada por tempo indeterminado", afirma o médico.

A aplicação da droga é feita a cada 21 dias.Embora o remédio possa aumentar a sobrevida das pacientes, o tumor de mama do tipo HER2 positivo continua sendo incurável.

Nova opção

Coordenadora da oncologia clínica do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), Maria del Pilar Estevez Diz classificou a droga como uma opção "interessante" de tratamento e afirmou que o Icesp passará a utilizá-la. "A gente ganha uma linha de tratamento com menos efeitos colaterais, que propicia maior qualidade de vida às pacientes", diz.

A aprovação da trastuzumabe entansina foi publicada pela Anvisa no mês passado. O medicamento deverá estar disponível no mercado em três meses. Novos estudos vão verificar se o medicamento também é eficaz e seguro se utilizado em fases iniciais da doença. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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