Tecnologia

Nova API do Gmail pode transformar o serviço em uma plataforma de apps para desenvolvedores

Servindo como alternativa ao velho IMAP, a API deve acelerar a comunicação de aplicações com o serviço de e-mail e adicionar novas ferramentas às criações

gmail (cinefil_ / Flickr)

gmail (cinefil_ / Flickr)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de junho de 2014 às 17h39.

Além de novidades no campo do Android, o Google aproveitou o I/O para anunciar uma nova API para o Gmail – uma ótima notícia para desenvolvedores de apps baseados no serviço. Ainda em fase de testes, as interfaces servirão como uma alternativa ao velho IMAP, utilizado até hoje como forma de comunicação entre aplicativos e o sistema de e-mail.

Essa substituição se deve especialmente às limitações do já antigo protocolo, que veio ao mundo no distante ano de 1986. Mas como explicou o executivo John Rae-Grant em um vídeo divulgado pelo Google (abaixo), não é que o IMAP deixou de ser bom no que faz – ele apenas não serve mais para tudo o que os "criativos desenvolvedores" estão criando. A comparação feita por ele envolveu uma pista de boliche: você até pode usar um taco de golfe para empurrar uma daquelas bolas, mas é bem mais prático e eficiente arremessá-la com as próprias mãos.

Mas o que essa API traz de tão interessante, afinal? De certa forma, ela visa acelerar a transformação do Gmail, um serviço que já era usado por mais de 420 milhões de pessoas em 2012, em uma plataforma de verdade para desenvolvedores. Um movimento definitivamente interessante.

Quer dizer, os apps já existentes – como o Boomerang e o Streak – até conseguem se comunicar com o serviço de correio eletrônico. Só que o processo é um tanto complexo e até lento graças ao velho e relativamente limitado sistema. Para se ter uma ideia, o IMAP não é nem baseado em ferramentas de comunicação modernas, como o HTTP, como notou Aleem Mawani, ex-gerente de produtos do Google e fundador do Streak, em entrevista ao Wall Street Journal.

//www.youtube.com/embed/UhdiQmS3kDs

A ideia, então, é facilitar a conexão entre aplicação e banco de mensagens. Por exemplo: em vez de pedir permissão para ler toda a caixa de entrada como acontece hoje, um aplicativo poderá agora solicitar autorização para apenas enviar, modificar ou escrever uma mensagem. Tudo feito com autorização do padrão OAuth 2.0, para garantir a segurança. É o que o engenheiro Eric DeFriez chamou, em post no blog dos desenvolvedores de apps do Google, de “fine-grained control” – um controle detalhado de recursos exigidos, em resumo.

Fora isso, a nova API do Gmail ainda garantirá suporte a labels (etiquetas), rascunhos e threads, aquele sistema de agrupamento de e-mails tão popular no serviço. Desenvolvedores também poderão implementar funcionalidades parecidas com as da barra de busca do serviço em um eventual aplicativo, entre outras possibilidades.

Como destacou DeFriez em seu texto, por serem como uma API comum do Google, a API do Gmail fará os pedidos de informação por HTTPS padrão. As respostas vêm em JSON, XML ou em formatos Protobuf do Google, e ainda é possível “fazer os chamados por linguagens padrão de web, como Java e Python sem usar um socket TCP”, uma limitação imposta pelo IMAP. Ou seja, “a API é acessível por diversos ambientes na nuvem que antes não eram suportados”, o que serve como um indício das várias possibilidades que serão abertas.

É claro, ainda entram aí algumas questões de privacidade – será que os usuários realmente vão querer abrir seus e-mails, por mais que forma limitada, a outras empresas que não o Google? De qualquer forma, a API ainda está em fase de testes, mas se encontra disponível na página do Google Developers. Se quiser saber mais sobre ela, clique aqui.

Acompanhe tudo sobre:E-mailEmpresasEmpresas americanasEmpresas de internetempresas-de-tecnologiaGmailGoogleGoogle I/OINFOTecnologia da informação

Mais de Tecnologia

iPhone 16 chega às lojas – mas os recursos de inteligência artificial da Apple, não

Intel descarta venda de participação na Mobileye e ações da empresa disparam

YouTube expande anúncios em vídeos pausados para todos os anunciantes

Kremlin volta a usar YouTube, enquanto restringe o acesso de russos à plataforma