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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h19.
Uma das maiores fabricantes mundiais de celulares, a gigante finlandesa Nokia, anunciou nesta terça-feira (14/08) a disposição em substituir as baterias de 46 milhões de aparelhos em poder dos consumidores, após receber o relato de 100 casos de superaquecimento das peças.
De acordo com a Nokia, nenhum cliente reportou casos graves, de queimaduras ou ferimentos, mas a companhia admitiu que quase um sexto das mais de 300 milhões de baterias BL-5C já fabricadas podem "experimentar superaquecimento provocado por um curto circuito durante o carregamento", fazendo com que ela seja expelida. As peças em questão são somente aquelas produzidas pela japonesa Matsushita Battery Industrial, uma das companhias que produzem baterias para os telefones da marca, entre dezembro de 2005 e novembro de 2006.
Esse tipo de bateria é usado em mais de 30 modelos de celulares, mas apenas uma parcela delas precisa de substituição, segundo a Nokia. Além de minimizar a extensão do problema, a empresa finlandesa afirmou ainda que bancará parte do gasto com a operação, mas que espera contrapartidas de parceira japonesa Matsushita, segundo o jornal americano Wall Street Journal.
"Os fornecedores costumam arcar com a responsabilidade pela entrega de produtos de qualidade. Haverá custos para essa troca e uma parte deles deve ser paga pelo fabricante das baterias", afirmou o executivo-chefe de finanças da Nokia, Rick Simonson. A Matsushita, por sua vez, afirmou que trabalhará em conjunto com a empresa de celulares para definir a divisão dos custos.
Segundo analistas de bancos japoneses de investimento ouvidos pelo WSJ, o incidente não deve afetar a Nokia, tanto financeiramente - já que o preço pelas substituições tradicionalmente é pago pelo fabricante - quanto em termos de imagem, uma vez que nenhum dano sério foi provocado à saúde dos usuários.
No entanto, o representante da Nokia ouvido pelo jornal, Rick Simonson, fez questão de afirmar que o caso das baterias dos celulares da companhia tem pouca semelhança com a seqüência de recalls anunciados em 2006, por grandes fabricantes de laptops, como Apple, Dell e Sony, preocupados com risco de superaquecimento das baterias dos computadores.
"As pessoas podem se perguntar ';essa situação é similar à dos laptops no ano passado?'; e a resposta é ';não';. Aquelas baterias eram muito maiores, em termos de quantidade de energia armazenada", cutucou.