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Nextel inicia serviço de 4G a partir desta semana

A partir desta semana, a companhia começa o serviço no Rio de Janeiro, depois prevê levá-lo a São Paulo


	Nextel: a companhia vem expandindo sua rede própria
 (Luísa Melo/Exame.com/Site Exame)

Nextel: a companhia vem expandindo sua rede própria (Luísa Melo/Exame.com/Site Exame)

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Da Redação

Publicado em 16 de junho de 2014 às 09h33.

São Paulo - Quase oito meses após ter entrado de forma mais agressiva na comercialização de planos de dados para smartphones e transformar seu negócio antes restrito ao serviço de rádio, a Nextel passa a oferecer o 4G.

A partir desta semana, a companhia começa o serviço celular de quarta geração no Rio de Janeiro, depois prevê levá-lo a São Paulo, afirma o vice-presidente de Marketing, Comercial e Inovação da Nextel, George Dolce, em entrevista ao Broadcast, serviço de informações da Agência Estado.

Ao mesmo tempo, a companhia vem expandindo os serviços de voz e dados e espera chegar à marca de 1 milhão de usuários de 3G ainda este mês.

No Rio, o 4G da Nextel vai operar numa faixa da frequência de 1800 MHz. A companhia investiu em equipamentos e utilizou torres já existentes.

Dolce não revela, porém, o montante aportado até o momento. A expectativa da companhia é de que um leilão para a mesma frequência em São Paulo ocorra ainda este ano.

A entrada no mercado de 4G simboliza um novo passo na trajetória da Nextel. Depois de alguns testes, em outubro começou a estratégia comercial mais forte de venda de serviços de 3G para smartphones no Brasil.

Entre março de 2013 e março de 2014, 244 mil novos usuários entraram para a base total da Nextel no Brasil, que totalizou 4,1 milhões de clientes, segundo balanço da holding NII, que controla a companhia.

Os clientes WCDMA, padrão de 3G, já eram em março 645 mil. "A empresa de hoje não tem nada a ver com o que ela era há um ano", comenta o executivo.

A estratégia comercial também mudou. O negócio de rádio era mais voltado para clientes corporativos, mas hoje eles são apenas 50% da base. Para alcançar o público pessoa física, a Nextel teve que aumentar em cerca de 70% seu número de lojas em doze meses, chegando a aproximadamente 730 pontos de venda.

Paralelamente aos investimentos no 4G, a companhia vem expandindo sua rede própria. Hoje, a cobertura própria está nos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo, capitais e cidades com mais de 500 mil habitantes. Para outras regiões, a companhia tem um acordo com a Vivo que permite o uso da rede da companhia para atender clientes de 3G.

A parceria por enquanto não vale para o 4G. "Esse é um acordo firmado no 3G, passível de ser expandido para o 4G", diz. Pelo acordo, a Nextel pagará à Telefônica Brasil o montante de R$ 1,038 bilhão por serviços ao longo de cinco anos.

A Nextel acredita que os investimentos no Brasil em 2014 podem chegar ao patamar de R$ 1 bilhão. O montante é a maior parte dos aportes anunciados pela NII Holdings para o ano.

Em fevereiro, a companhia divulgou uma meta (guidance) de capex de US$ 600 milhões a US$ 700 milhões em todos os países onde opera, incluindo Chile, México e Argentina.

Dolce não descarta ainda a possibilidade de a Nextel participar do leilão da frequência de 700 Mhz no Brasil. Em maio, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, afirmou que a realização do leilão dificilmente passará de agosto. "Assim como para as outras operadoras, é algo que nos interessa", afirma Dolce.

"A Nextel tem interesse em expandir sua operação no Brasil e a frequência de 700 MHz é relevante", comentou. O executivo afirma, porém, que a companhia ainda vai avaliar a possibilidade de utilizar uma faixa que já possui, na frequência de 850 MHz, para oferecer o 4G.

"Hoje já existem soluções tecnológicas para isso e poderíamos usar essa frequência para lançar o 4G", comentou, "por que não falar até em 5G?", acrescentou.

Apesar de reportar crescimento na base de usuários no Brasil, o resultado da NII Holdings no primeiro trimestre foi um prejuízo de US$ 376,1 milhões, aumento de 81% em relação às perdas no mesmo período do ano anterior.

A companhia anunciou que está passando por uma reestruturação e planeja explorar opções estratégicas, que incluem a venda potencial de partes dos negócios, parcerias ou alianças, em meio a problemas de liquidez.

De acordo com Dolce, porém, este processo não deve impactar o crescimento no Brasil. "Estamos blindados de qualquer turbulência, pois entregamos resultado e crescemos", diz. "A matriz entende que o Brasil oferece grandes oportunidades", afirma.

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