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Efeito Hallyu: Netflix investe US$ 2,5 bi na Coreia do Sul e impulsiona entretenimento do país

A terra dos doramas emergiu como uma potência cultural global, com os usuários da Netflix passando mais tempo assistindo a programas da península do que de qualquer outro país fora dos Estados Unidos

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 25 de abril de 2023 às 19h44.

Última atualização em 28 de abril de 2023 às 15h56.

A Netflix vai investir US$ 2,5 bilhões em entretenimento sul-coreano, no momento em que cresce o interesse pelo país com base em sucessos como ''Round Six'' e doramas como ''Uma Advogada Extraordinária''.

O investimento será planejado e distribuído nos próximos quatro anos e visa produzir dramas, filmes e reality shows como o 'A Batalha dos 100'.

A aposta reforçada no país foi anunciada depois que o presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol conheceu o co-presidente da Netflix, Ted Sarandos, em Washington, como parte de sua visita diplomática de seis dias aos EUA nesta semana.

Sarandos disse que o investimento, que é o dobro do valor que a Netflix gastou na Coreia do Sul até agora, reforça sua confiança no poder na cultura pop do país, depois que a série ''Round Six', lançada em setembro de 2021, se tornou um dos programas mais assistidos do serviço de streaming.

A batalha dos 100: o programa de sobrevivência sul-coreano que busca encontrar o "físico definitivo" tornou-se o primeiro de seu tipo a alcançar o topo das paradas da Netflix que não falam inglês (Netflix/Reprodução)

Com o montante, a Netflix impulsiona um fenômeno conhecido como Hallyu, um neologismo que em português significa 'onda ou tendência coreana', e refere-se à popularização e à influência da cultura sul-coreana dentro e fora da Ásia, bem como ao grande interesse que o mundo vem demonstrando pelo país nas últimas décadas.

Mas muito mais do que pela música pop via grupos como BTS e Black Pink, famosos entre o público jovem, a Coreia do Sul emergiu como uma potência cultural global com os usuários da Netflix passando mais tempo assistindo a programas da Coreia do Sul do que de qualquer outro país fora dos Estados Unidos.

Seguindo os passos da Netflix, outros serviços globais de streaming, como Disney Plus e Apple TV Plus, também estão aumentando os investimentos na Coreia do Sul.

As exportações de conteúdo do país, incluindo música, filmes e videogames, atingiram um recorde de US$ 12,4 bilhões em 2021, de acordo com os dados mais recentes do governo.

Ásia no radar

A Netflix deve aumentar seus gastos com conteúdo na Ásia-Pacífico em 15%, para US$ 1,9 bilhão neste ano, de acordo com a Media Partners Asia, consultoria de Singapura.

E claro, a Coréia do Sul é o principal destino dos investimentos. Em 2023, a plataforma de streaming pretende produzir pelo menos 34 programas originais por lá.

Um número que supera o do ano passado, quando lançou 29 dramas coreanos exclusivos, seis dos quais alcançaram o top 10 na região da Ásia-Pacífico, segundo a subsidiária da Media Partners Asia, AMPD Research.

Um desses dramas, "The Glory", que retrata a violência escolar em 16 episódios, foi uma das 10 séries mais populares da Netflix em mais de 90 países em março do ano passado.

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