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Netflix aposta em mercado móvel para crescer na África

Empresa testa se usuários na Nigéria comprarão o serviço exclusivo para aparelhos móveis pelo equivalente a US$ 2,65 por mês

Netflix: empresa aposta em pacotes para smartphone na Nigéria (Chesnot/Getty Images)

Netflix: empresa aposta em pacotes para smartphone na Nigéria (Chesnot/Getty Images)

TL

Thiago Lavado

Publicado em 29 de setembro de 2020 às 17h30.

Última atualização em 29 de setembro de 2020 às 18h17.

A Netflix se tornou o maior serviço de streaming por assinatura do mundo ao inundar o mercado com conteúdo popular mais barato do que a concorrência.

No entanto, cinco anos depois de chegar à África, a empresa dos Estados Unidos ainda encontra obstáculos para crescer além do segmento mais rico da população, desafiada pela pobreza, pirataria e acesso limitado à banda larga. Em um continente com mais de 1 bilhão de pessoas, o serviço tem 1,4 milhão de assinantes, de acordo com a Digital TV Research. O número se compara a quase 20 milhões de clientes da empresa africana de TV paga MultiChoice Group.

Agora, a Netflix acelera a marcha. A empresa testa assinaturas mais baratas e exclusivas para serviços móveis e encomenda mais programas produzidos localmente para refletir culturas e experiências de africanos no dia a dia.

Um importante campo de batalha é a Nigéria, a maior economia da África Subsaariana e o coração de sua indústria de TV. A rápida expansão das redes móveis 4G oferece aos serviços de streaming um novo canal para atingir o público, desde que possa pagar.

“Para que a Netflix alcance toda a região com um preço mais alto, o mercado móvel será crucial”, disse Ben McMurray, da Ampere Analysis.

A Netflix testa se usuários comprarão o serviço exclusivo para aparelhos móveis por 1.200 nairas (2,65 dólares) por mês, bem abaixo do valor de 2.900 nairas cobrado pela assinatura mais básica. Com mais de 100 milhões de nigerianos vivendo com menos de 1,90 dólar por dia, ainda pode ser um exagero.

A oferta ainda é mais cara do que o equivalente a 250 nairas por mês cobrados pela Iroko, uma plataforma de streaming que tem o maior catálogo online de conteúdo de ‘Nollywood' nigeriano, como a comédia de sucesso Jenifa’s Diary.

“Queremos contar histórias incríveis adaptadas a diferentes idiomas, gostos e humores diferentes”, disse um porta-voz da Netflix em respostas por e-mail às perguntas. “Sabemos quanto é importante ter um quadro que ofereça diversidade e variedade.”

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