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Nem a imagem arranhada faz o Facebook parar de crescer

A expectativa é que o Facebook deva fechar 2018 com uma receita de cerca de 55 bilhões de dólares, bem acima dos 39,9 bilhões registrados em 2017

Facebook: a empresa deve chegar a 2,7 bilhões de usuários se considerarmos todos os braços (Facebook, WhatsApp e Instagram) (Dado Ruvic/Reuters)

Facebook: a empresa deve chegar a 2,7 bilhões de usuários se considerarmos todos os braços (Facebook, WhatsApp e Instagram) (Dado Ruvic/Reuters)

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Gustavo Gusmão

Publicado em 30 de janeiro de 2019 às 00h05.

Última atualização em 30 de janeiro de 2019 às 10h40.

O Facebook divulga nesta quarta-feira (30) os resultados financeiros do quarto trimestre de 2018 e o consolidado do ano passado. E, para uma empresa que esteve envolvida em tantos escândalos que provocaram a queda nas ações e uma campanha contra as redes sociais, as expectativas para o período ainda são bastante positivas.

Quem diz isso é a própria companhia, que espera um aumento de 24 a 28% na receita dos três meses em relação com o mesmo período do ano passado.

É um número que bate com a previsão da empresa de análise de investimentos Zacks, que acredita em um salto de 26,2% na comparação de um ano para o outro, totalizando 16,37 bilhões de dólares para o trimestre.

Considerando esse resultado, a expectativa é que o Facebook deva fechar 2018 com uma receita de cerca de 55 bilhões de dólares, bem acima dos 39,9 bilhões registrados em 2017.

É um ritmo de crescimento trimestral e anual menor do que o verificado nos trimestres anteriores. Mas o resultado não é nada mal para quem se encontra hoje em posição delicada, para dizer o mínimo.

Desde o começo de 2018, a empresa de Mark Zuckerberg tem sido presença frequente em discussões e polêmicas de violação de privacidade, distribuição de notícias falsas e a influência em resultados eleitorais.

O principal vetor foi o caso Cambridge Analytica, da consultoria que usou dados de mais de 87 milhões de usuários da rede social para direcionar anúncios políticos e influenciar o resultados dos eleições presidenciais dos Estados Unidos.

O presidente e fundador da companhia foi inclusive convocado para dar explicações ao Congresso e ao Senado americanos, ao Parlamento Europeu e também a um comitê parlamentar britânico.

Revelações sobre intervenção russa na plataforma durante o período eleitoral dos Estados Unidos e a veiculação de notícias falsas no WhatsApp — que tiveram um papel importante nas eleições do Brasil — também fizeram o Facebook se desdobrar para salvar a sua imagem.

O efeito foi sentido nas ações. Os papéis da companhia atingiram um pico de mais de 210 dólares no meio de julho, mas despencaram para os 150 dólares no fim de dezembro.

É verdade que o ritmo ficou bem menos acelerado do que antes, o que indica que a plataforma principal da empresa está próxima do pico. Mas, colocando frente a frente o terceiro trimestre de 2017 com o de 2018, houve um acréscimo de quase 200 milhões de usuários só no Facebook.

O aumento deve ser similar na comparação do quarto trimestre, de acordo com a expectativa de analistas ouvidos pelo jornal americano Barron’s.

A rede social sozinha deverá atingir 2,31 bilhões de usuários únicos ativos mensalmente — e 2,7 bilhões se considerarmos todos os braços da empresa de Zuckerberg (Facebook, WhatsApp e Instagram).

Este conjunto será o maior trunfo da companhia no futuro. O Instagram, por exemplo,  segue ganhando usuários em ritmo mais acelerado. Por isso, um certo grau de unificação — como o sinalizado nesta semana, dos sistemas de mensagens dos três serviços — é até bem visto por alguns analistas.

Na visão deles, juntar os dados do trio de aplicativos pode melhorar ainda mais a capacidade de direcionar anúncios nas plataformas.

Aumenta-se, assim, a receita gerada com publicidade, que, na previsão da consultoria eMarketer, crescerá 23,5% em 2019 e mais 21,1% em 2020. É menos do que nos anos anteriores, mas suficiente para fazer a empresa chegar à marca dos 81,45 bilhões de dólares em dois anos.

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