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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h29.
A Nec do Brasil irá investir dois milhões de reais este ano para criar um centro de desenvolvimento de software no país. O principal objetivo será exportar para a matriz japonesa Nec Corporation, que anualmente compra oito milhões de dólares em softwares tanto de suas subsidiárias na China e na Índia quanto de outros desenvolvedores. Competir com chineses e indianos, no entanto, não será o único objetivo. "Com investimentos de até 4 milhões de reais por ano, queremos também atender ao mercado corporativo interno", diz Paulo Castelo Branco, presidente da Nec do Brasil.
A Nec já chegou a faturar mais com a venda de softwares para grandes corporações, mas hoje eles representam apenas 0,4% de seu faturamento, que no ano passado foi de 243 milhões de reais. A retomada deste segmento é mais uma das estratégias da tradicional fabricante de equipamentos de rede para se ajustar ao mercado de telecomunicações. Com as grandes operadoras como sua principal cliente e com uma recém criada área de tecnologia de informação voltada para grandes empresas, a Nec tenta ganhar mercado vendendo serviços desde o final do ano passado.
Parece que está dando certo. O desempenho da empresa no primeiro semestre ficou acima da expectativa de seus executivos. Foram 112 milhões em contratos (estavam previstos 110 milhões), a receita líquida foi de 103 milhões de reais (no primeiro semestre de 2003 havia sido de 94 milhões) e um lucro (antes do imposto de renda) de 4,8 milhões (contra prejuízo de 139 milhões). "Nosso retorno sobre as vendas, de 5%, só não foi maior porque ainda estamos abatendo os juros de uma dívida de 2001. Senão, teriam chegado a 23%", afirma Castelo Branco. A geração de caixa, que chegou a 28,6 milhões de reais, foi realizada exclusivamente sobre novos negócios e o atual endividamento (com bancos) é zero.
O executivo diz que o desempenho além do esperado foi impulsionado principalmente pela área de serviços corporativos, segmento responsável por 27% do faturamento da empresa, e pelo avanço das redes de dados de alta velocidade das operadoras, que geram 70% da receita. A Nec estima que a rede das operadoras onde trafegam dados em banda larga duplicam a cada ano, o que significa um tráfego de dados de seis a oito vezes maior.
Além do que será gasto no centro de desenvolvimento de software, estão previstos para 2004 investimentos de 10 milhões de reais e um faturamento 10% acima do alcançado no ano passado.