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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h30.
A Nec do Brasil quer atender o setor público, oferecendo soluções de Tecnologia da Informação (TI) próprias para grandes clientes. A companhia investirá 9 milhões de reais no projeto, que também inclui empresas privadas, e pretende fechar 50 milhões de reais em contratos neste ano. Cerca de 80% do montante virá do setor público, conforme o diretor executivo da nova unidade, Sílvio Maemura. O mercado corporativo responderá pelo restante.
"Queremos que essa área cresça 50% ao ano, nos três primeiros anos de atuação", afirma Maemura. Neste ano, a nova unidade contribuirá com receitas efetivas de, aproximadamente, 10 milhões de reais. Conforme o diretor-presidente da Nec do Brasil, Paulo Castelo Branco, a receita líquida total deve fechar o ano em 300 milhões. Os contratos com operadoras de telecomunicações, para as quais a empresa fornece soluções de banda larga e integração de plataformas Wi-Fi, entre outras, responderá pela maior parcela da receita: 240 milhões de reais. Em seguida, ficará o segmento de comunicações corporativas de voz e dados, com 50 milhões.
Citando dados do instituto de pesquisas IDC Brasil , Maemura afirmou que o potencial do mercado é bastante grande. O mercado brasileiro de TI movimenta cerca de 12 bilhões de dólares por ano, e a fatia correspondente à prestação de serviços é de 4,4 bilhões. "É neste segmento que queremos nos focar", diz.
Estratégia
A nova unidade se concentrará na exploração de áreas específicas: segurança, saúde e educação, concorrendo em licitações públicas. A Nec do Brasil espera contar com a experiência de outras unidades da empresa pelo mundo. Na Argentina, a subsidiária local foi responsável pela implantação de um projeto de governo eletrônico na província de São Luis, envolvendo a interligação de 900 estabelecimentos públicos, como escolas, delegacias, órgãos administrativos, entre outros.
"Vamos oferecer, ao setor público, todas as nossas soluções baseadas na convergência entre TI e tecnologia de comunicação de dados", diz Maemura. Na área de segurança pública, a Nec do Brasil buscará os governos estaduais (responsáveis pelo policiamento) e o Ministério da Justiça. Também foram iniciados contatos com o Ministério da Educação.
O executivo ainda estuda a melhor forma de contratação. "Podemos tanto nos limitar à implantação do sistema, como também gerenciá-lo", diz. Nesse último caso, os contratos só seriam interessantes se seu prazo fosse de, pelo menos, três anos, conforme Maemura. "Há um investimento que precisa ser recuperado e um risco maior", afirma.
Produtos
A Nec destacará produtos e serviços como as tecnologias de biometria (identificação de digitais, por exemplo) e de gestão hospitalar (como captação e transmissão de imagens de um centro médico para outro). Um exemplo é o Necsis, sistema integrado de segurança que pode custar de 500 mil reais a algumas dezenas de milhões de dólares para o cliente, conforme o tamanho do banco de dados envolvido. Em fase de testes, o sistema reconhece movimentos suspeitos, por meio de um leitor de imagens, e aciona alarmes de segurança e outros procedimentos. Suas possíveis aplicações vão desde alfândegas até presídios.
Subsidiária da japonesa Nec Corporation, a Nec do Brasil foi criada em 1968. No ano passado, sua receita líquida foi de 243 milhões de reais. No exercício fiscal encerrado em março de 2004, o grupo apresentou faturamento líquido mundial de 42,7 bilhões de dólares e lucro líquido de 400 milhões.