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Napster volta ao Brasil com preço competitivo, mas peca em acervo e interface na web

Serviço de streaming tem mensalidade comparável à de Deezer e Rdio, mas acervo é menor e interface na web é pouco intuitiva

napster (Getty Images)

napster (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 7 de fevereiro de 2014 às 16h27.

O Napster marcou época por ser o primeiro serviço de compartilhamento de músicas a se popularizar na internet, em 1999. Mas em uma época em que artistas não viam como o download de faixas podia ajudá-los a ganhar dinheiro, o programa e seus criadores sofreram com processos por pirataria e, em resumo, tiveram que fechar as portas.

Entre outras idas e vindas – o Napster já foi “ressuscitado” algumas outras vezes –, eis que a marca ressurgiu mais uma vez, agora como um serviço de streaming que chegou recentemente ao Brasil. Em um mercado já tomado por nomes como Deezer, Rdio e, em breve, Spotify, o novo concorrente chega portando um nome bem conhecido e substituindo outro tanto quanto, ao menos por aqui: o velho Sonora, do portal Terra.

As promessas são basicamente as mesmas das apresentadas pelos rivais: um grande acervo, possibilidade de se ouvir músicas no smartphone, tablet ou navegador e até mesmo de baixá-las para se escutar mesmo offline. Mas, claro, há pontos em que o serviço se difere da concorrência – e são esses que você confere a seguir.

Acervo – Ponto mais importante, a coleção sonora do serviço é o que pode “fisgar” ou não um novo assinante. E oferecendo “mais de 10 milhões de músicas” no Brasil, o do Napster não é dos mais animadores se comparado aos dos rivais. O do Deezer, por exemplo, conta com cerca de 30 milhões de faixas, enquanto o Rdio já traz 20 milhões. Mas apesar do número baixo, o novo-velho serviço até surpreende.

Das buscas por bandas – que incluíram de nomes populares a outros um pouco menos conhecidos, incluindo aí sertanejos clássicos –, praticamente todas retornaram resultados. Em boa parte dos casos, no entanto, a coleção de álbuns não estava completa, com os primeiros discos faltando. Não espere também encontrar os grupos como Beatles e Led Zeppelin, que não estão presentes mesmo em alguns dos concorrentes, como Deezer e Rdio.

Aliás, curiosamente ou não, apenas os dois primeiros álbuns do Metallica estão disponíveis na íntegra no Napster – além do “Kill ‘Em All” e do “Ride The Lightning”, há apenas mais uma coletânea que traz algumas poucas faixas da banda. O grupo de thrash metal foi um dos maiores inimigos do serviço quando ainda era voltado para o compartilhamento de músicas – o baterista Lars Ulrich foi um dos que se pronunciou diversas vezes contra o programa, e a banda foi a primeira a abrir uma das ações judiciais que culminaram com o fim do Napster original.

Qualidade e velocidade – Os responsáveis pelo serviço de streaming não informam qual o bitrate das músicas, mas não se nota nada absurdamente ruim no som, mesmo nas faixas de grave mais acentuado. Não dá para cravar que todas as faixas estão em 320 kbps, no entanto, como acontece nos concorrentes Deezer e Rdio. Isso porque, nas versões para smartphones, as opções de alta qualidade de áudio se limitam a 192 kbps – o que não é tão baixo, mas também está longe de ser excelente ou mesmo ótimo.

Em questão de velocidade de reprodução, em um dos dias do teste, a versão web levou alguns bons segundos para começar a tocar uma música e avançar para a seguinte, mesmo em uma conexão boa. O problema não apareceu mais nos dias posteriores. Nos dispositivos móveis, enquanto você estiver no Wi-Fi, o tempo para execução será tão bom quanto. Só não espere conseguir ouvir algo quando conectar o aparelho a uma rede 3G lenta – o ideal é mesmo baixar a faixa antes de sair da zona de um hotspot.

Interface e funções – Na web, a tela não é das mais bonitas, especialmente se compararmos com as dos concorrentes. O player, azul escuro, fica à direita, com a capa do disco no alto e os comandos para avançar, voltar, pausar, reproduzir, favoritar e compartilhar logo abaixo.

A lista de reprodução ocupa o espaço inferior, e é possível organizar as músicas simplesmente as arrastando – na tela sensível ao toque de um notebook ou monitor mais novos, isso vem muito bem a calhar. Na barra superior, também azul, e no resto da tela, branco e um pouco sem graça, aparecem as já esperadas opções de busca, opções, discos e artistas.

Já no Android, o visual de certa forma lembra o antigo do Google Play Music e é bem mais amigável. O azul do player na web domina as bordas e o menu lateral, que aparece ao puxar para o meio o canto esquerdo da tela. Dois botões principais são mostrados logo de cara: o “Minhas músicas” leva para a lista de faixas favoritadas e playlists, sincronizadas com as da versão para navegadores. “Rádio”, por sua vez, mostra as estações que você mesmo cria, com os artistas que quiser, ou as que o próprio serviço oferece, baseadas nos gêneros musicais.

A função está presente em todas as versões do Napster, e, da mesma forma que as listas de favoritos e de reprodução, todos os dados dela são sincronizados entre os aparelhos em que a mesma conta está logada. É conveniente, mas não é exclusivo do serviço.

Um detalhe interessante: novamente assim como o Play Music, do Google, o aplicativo para Android preenche a tela de bloqueio com a capa do álbum que está sendo reproduzido. O recurso está presente apenas nas versões mais recentes do sistema operacional.

Por fim, no iOS, o visual não é tão diferente do já mencionado, e não deve assustar ou confundir ninguém. Mas, curiosamente, as notas do aplicativo são bem baixas – das 29 avaliações, a média é de uma estrela e meia. As críticas giram em torno da qualidade das faixas, limitada aos fatídicos 192 kbps que podem afastar os audiófilos. A situação já é bem diferente no caso do Vivo Música by Napster, no entanto: o app é feito pela mesma empresa, mas carrega o nome da operadora brasileira e média de cinco estrelas.

Aliás, além do visual, as versões mobile ainda levam vantagem sobre a para navegadores no quesito equalizador. O recurso está presente nos aplicativos, permitindo ajustar graves e agudos nas configurações, e consegue ser mais completo no Android do que no iOS – há um “modo livre” no sistema do Google que não aparece nas opções do iPad. Mas independente disso, a funcionalidade faz falta nos browsers.

Planos – Por 14,90 reais mensais no plano ilimitado, o Napster não foge da faixa de preços dos rivais. É possível testá-lo durante sete dias, se tiver interesse, mas vale ficar atento à exigência do cadastro do número do cartão de crédito. Há ainda um plano de 8,90 reais/mês para usar o serviço apenas no navegador, e clientes da operadora Vivo ainda contam com a possibilidade de pagar 9,90 reais mensais para instalá-lo em um único dispositivo móvel.

Mas passada a semana de testes, não é possível ouvir nada mais gratuitamente, como acontece no Deezer e seu player web que funciona baseado em anúncios. Ou seja, frente aos atuais concorrentes, o Napster ainda precisa melhorar um pouco.

[Acesse o Napster por aqui]

[Baixe o Napster para Android por aqui]

[Baixe o Napster para iOS por aqui]

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