Colunista
Publicado em 16 de maio de 2023 às 13h56.
Desde que a sociedade começou a se transformar a níveis acelerados e pudemos observar diversas mudanças no comportamento e desejo dos consumidores, ficou claro que o sucesso dos negócios iria depender cada vez mais da cultura de inovação dentro das empresas. Hoje em dia, todo o processo de ter uma ideia nova ou melhorar algo que já existe é o que diferencia uma companhia de seus concorrentes.
Entretanto, vale lembrar que a busca por inovação não significa necessariamente investir em mais tecnologia ou ficar criando novos produtos e serviços desenfreadamente – algo que, infelizmente, muitas organizações ainda não perceberam. É importante sim adicioná-la, mas no ponto certo e no momento adequado para resolver os problemas reais.
Nesse sentido, o ato de inovar está muito mais ligado ao exercício de olhar para a jornada do cliente e entender onde é possível simplificar e retirar atritos. Essa compreensão por parte das lideranças faz com que todas as ações com esse foco tenham muito mais propósito e tragam agilidade e mudanças reais para os negócios, pois elas diminuem a estrutura organizacional de controle e poder, onde poucos mandam e a maioria obedece, e ajudam a empresa a direcionar para uma estrutura muito mais horizontal, na qual as pessoas possuem a tomada de decisão e, por isso, se sentem mais motivadas para ir além.
Além disso, essa mentalidade resulta também em uma redução de custos com os aportes em inovação, pois ao invés dos esforços estarem em criar soluções que não existem, muitas vezes baseadas em tecnologia, o que exige bastante pesquisa e desenvolvimento, eles estão em evoluir aquilo que já faz parte do catálogo de serviços oferecidos pela companhia e simplificar as operações.
Isso leva a economias que podem ser reinvestidas no negócio, alimentando ainda mais a inovação, crescimento, aumento da receita, participação de mercado e lucratividade. Um ótimo exemplo disso é a indústria de tecnologia: empresas como Apple, Google e Amazon conseguiram manter seu domínio inovando continuamente e introduzindo novos produtos e serviços.
Nos últimos anos, foi possível observar um investimento pesado por parte das empresas em inovação, como apontam dados da pesquisa “PD&I e inovação aberta no Brasil – As práticas de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC)” realizada pela Deloitte, que mostram que 69% das empresas entrevistadas mantiveram estratégias de PD&I em 2022, e 51% pretendem intensificar seus investimentos no setor nos próximos três anos.
Porém, vale lembrar que esse movimento surgiu inicialmente não por um desejo delas, mas sim pela demanda do mercado, e, atualmente, essa postura não é mais uma opção, mas sim algo mandatório, que vai definir o futuro dos negócios.
Nós, como empreendedores, precisamos ter sempre a visão e vontade de nos reinventarmos o tempo inteiro, porque as tecnologias e soluções que usamos hoje provavelmente não terão mais valor daqui a cinco, dez anos. Com isso em mente, fica mais fácil também rever o nosso valor como empresa, pois o que era importante para os clientes há alguns anos já não é mais, e esse movimento é cíclico.
Por isso, é fundamental que as companhias busquem se manter relevantes mesmo em um mercado em rápida mudança. Deixar de inovar pode levar à obsolescência e à irrelevância, como ocorreu com empresas como a Blockbuster e a Kodak, que foram ultrapassadas pela concorrência e não conseguiram se adaptar a tempo.