Tecnologia

Nadella, da Microsoft, estuda atitude de startups

Segundo executivo, é importante falar com startups porque “o ciclo tecnológico faz com que os pequenos atores tenham muito sucesso e os grandes morram”


	Microsoft: Nadella é candidato a ser o próximo presidente da companhia
 (David Becker/Getty Images)

Microsoft: Nadella é candidato a ser o próximo presidente da companhia (David Becker/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 4 de fevereiro de 2014 às 12h56.

Seattle/Paris - O chefe de computação em nuvem da Microsoft Corp., Satya Nadella, que trabalha há 21 anos na maior fabricante de software do mundo, deu um tempo em Paris na semana passada para reunir-se com startups locais, como a companhia de vídeos a pedido Video Futur Entertainment Group SA.

É importante falar com startups porque “o ciclo tecnológico faz com que os pequenos atores tenham muito sucesso e os grandes morram”, disse Nadella em entrevista em Paris, onde ele estava assistindo a uma conferência sobre tecnologia.

Como gerente sênior da Microsoft – e candidato a ser seu próximo presidente –, Nadella precisa colocar em dia tudo o que sabe sobre como evitar que um colosso da tecnologia com décadas de vida seja superado por recém-chegados. Depois de que o presidente Steve Ballmer anunciou em agosto que ele planeja retirar-se dentro de um ano, Nadella emergiu como um dos principais candidatos, disseram fontes do setor.

O conselho terminará a busca no começo de 2014, escreveu ontem o diretor líder independente John Thompson em uma publicação em um blog.

Mesmo se Nadella não for nomeado presidente, ele disse publicamente que é sua intenção “absoluta” ficar na Microsoft. Assim, o homem de 46 anos ficaria como um assistente crucial para quem chegar à presidência, dado o longo histórico de Nadella na companhia, na qual ele trabalhou em várias áreas, desde o software para pequenas empresas e o motor de busca Bing, até serviços de computação em nuvem.

Redesenhando a Microsoft

A tarefa pendente para quem obtiver o emprego é enorme. A Microsoft está tentando suportar uma contração no mercado de computadores pessoais, que constitui seu principal negócio. Ballmer reformou a companhia para focar-se no hardware e nos serviços localizados na Internet como forma de reduzir a dependência do software tradicional de PC. Entretanto, concorrentes como a Apple Inc. e a Google Inc. roubaram o espaço na participação no mercado de dispositivos móveis.


Achar um novo presidente está provando ser desencorajador. A Microsoft identificou mais de cem candidatos, falou com dúzias deles e desde então se focou em cerca de vinte indivíduos. Vários candidatos rejeitaram propostas ou se apartaram da concorrência, incluindo o executivo da Qualcomm Inc, Steve Mollenkopf, o presidente da EBay Inc., John Donahoe, e o ex-presidente da VMWare Inc., Paul Maritz, disseram fontes do setor.

Se for nomeado, Nadella tem a habilidade para lidar com a turbulência enfrentada pela Microsoft, disseram executivos que trabalharam com ele. Depois de chegar à chefia da unidade de ferramentas e servidores da Microsoft em 2011 – agora renomeada “nuvem e empresas” –, ele converteu o serviço de nuvem Azure em um rival crível do Amazon Web Services, da Amazon.com, disseram os executivos.

“Há três anos, qualquer esforço da Microsoft com nuvens teria sido descartado por mal-aventurado, mas agora a Azure é uma verdadeira concorrente”, disse Aaron Levie, presidente da startup de armazenamento online Box, em uma entrevista. “Ela conseguiu isso com uma campanha agressiva, trabalhando e comunicando-se com os concorrentes e inovando constantemente”.

A ascensão de Nadella

Nadella, que possui um bacharelado em Engenharia Elétrica da Universidade de Mangalore e é formado em Ciências da Computação e Administração, uniu-se à Microsoft em 1992 vindo da Sun Microsystems Inc. Logo, ele ascendeu até cargos de liderança, incluindo a supervisão da engenharia e da estratégia técnica do Bing e a administração da campanha com os aplicativos para pequenas empresas.

Nadella “tem experiência para desmontar rapidamente um problema para chegar ao fundo da questão e organizar os recursos para mudar o rumo”, disse em uma entrevista Curt Anderson, que foi diretor financeiro da unidade de ferramentas e servidores até julho e atualmente é diretor financeiro do startup Chef, de Seattle.

“Querem um líder que entenda a próxima geração de movimentos deste mercado, não um líder que somente entenda como se chegou aqui em primeiro lugar”, disse Levie.

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