Tecnologia

Na jornada brasileira da Lalamove, a meta em 2023 é fortalecer a marca

Para Helena Lizo, que comanda a operação local da startup asiática de entregas, a empresa se adaptou muito bem às particularidades do país

Helena Lizo: diretora geral da Lalamove no Brasil (Lalamove/Reprodução)

Helena Lizo: diretora geral da Lalamove no Brasil (Lalamove/Reprodução)

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 12 de janeiro de 2023 às 10h37.

Última atualização em 4 de setembro de 2024 às 14h36.

O desenvolvimento de soluções de logística são essenciais para que pequenas e médias empresas consigam ter um bom 2023. A asiática Lalamove sabe bem disso e tem aproveitado a cartela de serviços que contempla frete via motos, vans, SUVs e caminhões para crescer em ritmo acelerado, desde que desembarcou no país, em 2019.

No contrassenso do setor de tecnologia, que vê um platô na expansão da qual experimentou nos últimos anos, a Lalamove desafia rivais locais como Loggi, Frete.com e Mandaê, com uma operação que se adaptou rapidamente ao Brasil e que se vale de uma solução mais simplificada. Também em favor da empresa, está o fato de que divide os esforços de desenvolvimento do aplicativo com a controladora, em Hong Kong.

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Em entrevista à EXAME, Helena Lizo, diretora geral da Lalamove no Brasil, revela que a empresa tem surfado a boa fase em um momento em que o número de PMEs cresceu no país. Com os novos negócios ávidos por tecnologia e facilidades, a empresa pode aumentar sua penetração e agora busca consolidar a marca que virou sinônimo de frete fácil e barato.

Leia abaixo os principais trechos da conversa:

O setor de logística e de entregas é um dos mais aquecidos da economia, em razão do forte crescimento do e-commerce e de aplicativos de delivery dos mais variados produtos. Mas junto disso há a diminuição dos investimentos e uma estagnação do setor de tecnologia. Dado esses fatores, como foi 2022 para a Lalamove?

O ano passado foi muito importante para a nossa operação no Brasil. Foi um ano no qual consolidamos a marca e popularizamos ainda mais os serviços que oferecemos e intermediamos. Nos anos da pandemia, entre 2019, que foi quando a Lalamove chegou ao Brasil, e 2021, muitas empresas, pequenas e médias, passaram a olhar com mais atenção para o nosso negócio e passaram a entender que era possível atê-los com nossa cesta de serviços. Também foi quando conseguimos explicar para os entregadores como usar nosso app com diferentes tipos de veículos. Na soma, tivemos uma expansão inédita pelo terceiro ano consecutivo, e em 2022 crescemos mais de 100%.

Quais eram os desafios da Lalamove em 2019 e quais se tornaram os desafios para o ano que começa?

Quando desembarcamos no país o primeiro desafio era a adaptação às particularidades locais de uma plataforma que funcionava muito bem na Ásia. E nisso, eu me refiro aos meios de pagamentos, tipos de pedidos, atendimento, entre outros ajustes. Por exemplo, cartões de créditos não são tão populares por lá quanto são no Brasil. O PIX também ganhou força nesse período. No comparativo, a Lalamove chega com um aplicativo muito mais simples e direto no seu funcionamento do que concorrentes, que aglomeram um número maior de informações e trazem uma usabilidade até um pouco mais complexa que a nossa. Para 2023, vejo que o desafio é fortalecer nossa marca e popularizá-la em ainda mais regiões.

E o que você acha que o país ofereceu à Lalamove que possibilitou essa adaptação tão positiva?

O Brasil tem um setor logístico pulverizado em todos os níveis. Ainda que não seja uma característica só daqui, também houve um período de um aumento expressivo de PME, que hoje injetam mais de R$ 35 bilhões na economia, e isso traz para uma plataforma de entregas muitas oportunidades quando ela funciona de forma simples e barata. Como fizemos diversos ajustes, a operação conseguiu aproveitar melhor o momento.

Então é possível dizer que a Lalamove se tornou mais brasileira?

Eu diria que ocorreu uma abordagem local para um produto global. Por exemplo, antes utilizamos um app para cada mercado que atuávamos, agora é unificado. Mas os times de tecnologia da Ásia são essenciais para pensarmos nessa solução enxuta e prática que oferecemos. No Brasil, os escritórios responsáveis pela marketing solucionam o que a gente precisa na área. Da mesma forma, utilizamos muito da divulgação global que a empresa produz.

O setor de entregas hoje passa por um período de sensibilidade em torno da regulamentação. No que cabe a vocês, como é o gerenciamento da relação de trabalho e satisfação entre entregadores e clientes?

Partindo de que todos que usam a plataforma são clientes, sejam entregadores ou não, com o crescimento do modelo a gente sente que é preciso ter um pouco mais de envolvimento no atendimento. Um exemplo prático de como isso se dá é na operação da entrega quando um endereço está errado ou é necessário mais detalhes na hora de deixar um pacote. Nestes casos, a gente precisa prestar um bom atendimento para dois lados.

O perfil de entregadores e empreendedores brasileiros é diferente do asiático?

Para falar a verdade não é tão diferente, apesar das particularidades. A globalização trouxe uma padronização dos hábitos e isso cria semelhanças. A Lalamove está em Hong Kong há cerca de 9 anos, e por ser um mercado onde a empresa já está mais estabelecida conseguimos oferecer mais soluções. Comparativamente, este se tornou um mercado maior que outros, onde começamos depois. Ainda assim, o modelo de atuação é o mesmo para todos os mercados, seja Brasil que figura com nosso quatro principal mercado, ou no México e em diversos territórios da Ásia.

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