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Guerra do entretenimento digital vai dominar 2006

Maior feira de eletrônicos do mundo aponta as tendências da indústria de tecnologia para o ano

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h22.

Gates, da Microsoft, subiu ao palco com o astro pop Justin Timberlake. Howard Stringer levou Tom Hanks, estrela da versão filmada de O Código Da Vinci, além de Dan Brown, o autor do best-seller, para o evento da Sony. Especula-se quem acompanhará Larry Page, um dos fundadores do Google e celebridade-símbolo da nova geração de empreendedores do Vale do Silício, em sua apresentação de sexta-feira. A Consumer Electronics Show (CES), em Las Vegas, é um espetáculo, como o próprio nome diz. Mas, por trás da superprodução hollywoodiana e dos mais novos brinquedos tecnológicos, há sinais muito importantes sobre os rumos da indústria de tecnologia.

O discurso de inauguração, há dez anos, é feito por Bill Gates. O fundador da Microsoft repetiu os conceitos sobre o futuro do entretenimento digital, armazenado e organizado em PCs. Até aí, nenhuma surpresa. Esse é o discurso oficial da empresa há alguns anos. O que chamou a atenção foi o anúncio da entrada da Microsoft na disputa pelo crescente mercado de venda de downloads. A empresa vai lançar um serviço para concorrer diretamente com a loja iTunes, da Apple. Estima-se que, no ano passado, a venda de arquivos de música tenha crescido 194%, para 352 milhões de unidades. Embora o crescimento não seja suficiente para compensar a queda nas vendas de CDs, a tendência de migração para a música digital é muito clara. Não se conhecem os detalhes da loja, mas já se sabe que as músicas compradas na loja da Microsoft não poderão ser ouvidas em iPods, os tocadores de MP3 da Apple que respondem por pelo menos 70% do mercado de áudio digital portátil.

Outra disputa de formatos que certamente vai eclodir em 2006 diz respeito aos DVDs da próxima geração. Hoje, existem dois padrões concorrentes: o HD-DVD, criado pela Toshiba, e o Blu-ray, da Sony (se você é assinante, leia ainda reportagem de EXAME sobre a disputa no mercado de DVDs). A Toshiba apresentou os dois primeiros modelos capazes de reproduzir a nova geração dos discos. O modelo mais barato chega às lojas em março e deve custar cerca de 500 dólares. Bill Gates, que apóia o padrão da Toshiba, disse que lançará um leitor de HD-DVD para funcionar acoplado ao novo videogame Xbox 360. A Sony também anunciou o seu primeiro player, mas não falou em preço. Estima-se que o primeiro reprodutor de Blu-ray custe pelo menos 1 000 dólares. E o formato será integrado ao novo console de jogos da empresa, o Playstation 3, que será lançado este ano e deve ter pesados subsídios da Sony.

Do lado do hardware, as coisas caminham mas o que determina o sucesso do formato é o conteúdo. Os estúdios de Hollywood anunciaram na feira a primeira leva de filmes lançados nos novos padrões. A promessa é que haverá pelo menos 200 filmes para o padrão HD-DVD até o fim do ano. Com a crescente penetração da TV digital, e com o impulso dos videogames e dos novos DVDs, os televisores são outra área de destaque da CES. A HP apresentou uma linha nova de aparelhos de alta definição, e a Sony mostrou um protótipo de um televisor com tela de cristal líquido de 82 polegadas, um recorde para a tecnologia. Espera-se que o movimento de substituição de aparelhos continue forte nos próximos anos.

Por fim, há a competição direta entre as empresas. A expectativa é de que o Google lance um serviço de venda de vídeos e programas de TV, entrando no terreno da Apple. Especula-se também que o gigante das buscas lance um pacote de softwares gratuitos que batam de frente com os produtos mais lucrativos da Microsoft, como processador de texto e planilha eletrônica. Bill Gates, porém, procurou minimizar a importância do Google. Questionado se a empresa seria a maior ameaça da história da Microsoft, Gates disse que não. "A IBM é a maior empresa da indústria de tecnologia, de longe. Têm quatro vezes o meu número de funcionários, muito mais receita do que eu tenho. A IBM sempre foi nossa principal competidora. Mas a imprensa não gosta de escrever sobre a IBM."

Telefonia via internet

Entre as centenas de produtos de consumo apresentadas ao público, uma das que mais chamaram a atenção foi uma espécie de celular-Skype. Trata-se de um aparelho de telefone que se conecta ao serviço de telefonia pela web sem a necessidade de um computador. Basta que o usuário esteja numa região coberta por acesso sem fio à internet para que possa ligar para qualquer parte do mundo, virtualmente de graça. Há algumas limitações. Não é possível locomover-se entre dois pontos de acesso, e nem todas as redes sem fio são compatíveis com o aparelho. Mas o aparelho é o primeiro passo para um telefone via internet que dispense o computador e apresenta um novo e perigoso concorrente para as empresas de telefonia celular. Desenvolvido pela americana NetGear em conjunto com o Skype, o telefone deve estar disponível a partir de março.

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