Em meio a uma crise que deixa os analistas preocupados quanto ao seu futuro, a Eastman Kodak está correndo para concluir a reestruturação que tornará a companhia focada em imagens digitais. Segundo seu presidente executivo, Antonio Perez, a meta é que a maior parte do trabalho seja concluído até 2008. "Em 2008, a Kodak será a companhia digital que eu vim comandar", afirmou Perez a um grupo de investidores, em uma reunião nesta quarta-feira (28/9).

Segundo o jornal americano The New York Times, o cenário traçado pelos executivos da empresa mostra que, por volta desse ano , a divisão de imagens digitais será a principal fonte de receitas da Kodak e as receitas de sua área de filmes convencionais será apenas um bônus. Além disso, a classificação de "grau de investimento" perdida no ano passado será reconquistada.

As mudanças em curso deixam, cada vez mais, a divisão de filmes tradicionais à margem da Kodak. Bernard Masson, que dirige o setor de produtos para consumidores finais, deverá se aposentar no primeiro dia de 2006. Sua equipe será repartida em duas. A unidade de imagens digitais manterá uma equipe própria de vendas e terá apoio para desenvolver novos produtos. Já a unidade convencional terá sua linha de artigos enxugada e será vendida apenas via distribuidores.

Apesar das grandes expectativas em torno dos negócios digitais, a Kodak ainda está investindo mais do que obtendo retorno. Neste ano, por exemplo, o faturamento com câmeras e equipamentos digitais crescerá 36%, mas o lucro gerado por esse produtos cairá de 325 milhões de dólares para 275 milhões, segundo projeções.