Tecnologia

Musk vai ao tribunal para defender controversa aquisição da Tesla

Tesla comprou SolarCity em 2016, mas empresa pertencia ao próprio Musk e seus primos. Acionistas não gostaram e processaram o executivo

Elon Musk: quando a Tesla comprou a SolarCity bilionário era dono de 22% da companhia (Andrew Harrer/Bloomberg)

Elon Musk: quando a Tesla comprou a SolarCity bilionário era dono de 22% da companhia (Andrew Harrer/Bloomberg)

TL

Thiago Lavado

Publicado em 12 de julho de 2021 às 06h00.

Esta reportagem faz parte da newsletter EXAME Desperta. Assine gratuitamente e receba todas as manhãs um resumo dos assuntos que serão notícia.

Elon Musk começa a semana enrascado em Delaware. O CEO da Tesla e um dos homens mais ricos do mundo vai até o estado comparecer a uma corte para defender a aquisição da empresa de painéis solares SolarCity em 2016, por 2,6 bilhões de dólares.

A aquisição foi um grande imbróglio na história da Tesla, com acionistas furiosos dizendo que não havia motivo para adquirir a empresa e que a compra era apenas um resgate financeiro de uma companhia que pertencia ao próprio Musk e sua família.

O processo, movido por acionistas da Tesla contra Musk, afirma que ele falhou em cumprir seus deveres fiduciários. Dois primos de Musk, Lyndon e Peter Rive, fundaram e comandavam a Solar City, e Musk e seu irmão Kimbal, se beneficiaram da compra. Musk era dono de 22% da empresa e presidente do conselho.

A compra teria sido feita, então, as custas dos acionistas minoritários da Tesla. À época, a SolarCity era uma empresa deficitária, que não tinha maneira de lucrar, queimava caixa a velocidades astrônomicas e tinha uma dívida de 3 bilhões de dólares.

As chances pendem contra Musk na balança. A compra foi aprovada pelo conselho da Tesla e os outros diretores aceitaram um acordo para pagar 60 milhões de dólares nesse mesmo processo. Musk ficou isolado e pode ter que arcar com um pagamento de mais de 2 bilhões de dólares caso seja condenado pela corte em Delaware, de acordo com advogados envolvidos no caso.

A SolarCity cresceu inovando o mercado de painéis solares nos Estados Unidos e chegou a gastar 750 milhões de dólares na construção de uma fábrica para ter a cadeia de produção completa dos produtos. Mas a indústria acabou inovando e apertou a concorrência contra a empresa.

Quando a empresa foi comprada se tornou a Tesla Energy, mas a qualidade do serviço deteriorou e os consumidores afirmam que passam meses esperando por atendimento ao cliente, diante de ligações não atendidas e e-mails não respondidos.

Acompanhe tudo sobre:Elon MuskEnergia renovávelEnergia solarExame HojeFusões e AquisiçõesTesla

Mais de Tecnologia

Quem é Ross Ulbrich? Fundador de marketplace de drogas recebeu perdão de Trump

Microsoft investe em créditos de carbono no Brasil

Apple está perto de conseguir um acordo para liberar as vendas do iPhone 16 na Indonésia

Musk, MrBeast ou Larry Ellison: quem vai levar o TikTok?