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Mundo arderia se queimasse toda reserva de petróleo e carvão

É o que alerta uma nova pesquisa de cenário extremo publicada na revista Nature


	Estudo: queima de todas as reservas fósseis geria aumento de 9,5 ºC na temperatura até 2300.
 (Getty Images)

Estudo: queima de todas as reservas fósseis geria aumento de 9,5 ºC na temperatura até 2300. (Getty Images)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 23 de maio de 2016 às 18h34.

São Paulo - Se o mundo resolvesse queimar todas as reservas de combustível fóssil, a vida tornaria-se insuportável diante de um aumento potencial de até 9,5 ºC na tempeatura média global, em relação aos níveis pré-industriais. O Ártico aqueceria ainda mais: 20 ºC até 2300. É o que alerta uma nova pesquisa de cenário extremo publicada na revista Nature.

Como o corpo humano, o Planeta tem sua temperatura ideal, mas nós, seres humanos, temos interferido bastante no termômetro terrestre por meio do consumo intensivo de combustíveis fósseis. Um aumento de 9,5º C desencadearia secas, enchentes e calor infernais, dificultando a sobrevivência em regiões que já sofrem com eventos extremos.  

Segundo a pesquisa, a queima de todas as reservas provadas de petróleo, gás e carvão liberaria o equivalente a 5 trilhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera.

Esse número — que é cerca de 10 vezes a quantidade de carbono emitida desde o início da era industrial — seria alcançado ao final do século 22, se mantivermos os padrões atuais.

Como consequência, todos esses gases de efeito estufa gerariam um aquecimento quase cinco vezes superior ao aumento de 2 ºC, valor limite definido no Acordo de Paris para evitar os piores efeitos das mudanças climáticas. 

De acordo com a ONU, para o mundo ter alguma chance manter o aquecimento global abaixo de 2 ºC até 2100, o "orçamento" total de carbono que ainda pode ser usado, incluindo o que já foi queimado, equivale a cerca de 1 trilhão de toneladas. Ou seja: dois terços de todas as reservas precisariam continuar enterradas.

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