Mais da metade das mulheres com menos de 50 anos que usam apps do tipo recebeu mensagem sexual (Jakub Porzycki/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 27 de maio de 2024 às 16h12.
Última atualização em 27 de maio de 2024 às 16h24.
Aplicativos de namoro como Tinder e Bumble estão explorando recursos extras para atrair mais mulheres da geração Z como uma tentativa para tentar reter usuárias que estão sofrendo "burnout" nas plataformas de encontros.
De acordo com o Financial Times, o Match Group, que possui mais de 40 marcas de apps do tipo, incluindo Tinder e Hinge, e Bumble, que também é dono de Badoo e Fruitz, disseram que planejam aumentar a moderação de conteúdo e introduzir outras ferramentas para melhorar as experiências das mulheres.
As pesquisas têm mostrado uma disparidade de gênero entre os usuários de aplicativos de namoro, enquanto algumas mulheres relataram preocupações sobre o recebimento de 'material não solicitado' e ameaças durante a utilização dos serviços.
Ainda segundo o FT, a queda no número de usuários ocorre à medida que aumentam os relatos da chamada fadiga de aplicativos de namoro. Uma pesquisa realizada pelo Bumble, por exemplo, descobriu que 70% das mulheres que usam o aplicativo sofreram de “esgotamento”.
A resolução destes problemas é crucial para o setor, uma vez que as maiores empresas do ramo estão sob pressão para atrair de volta os investidores. As ações do Match Group, hoje com valor US$ 7,8 bilhões, e do Bumble, US$ 1,5 bilhão, caíram mais de 80% em relação às máximos de 2021, eliminando mais de US$ 40 bilhões e US$ 18 bilhões de seus respectivos valores.
O Tinder, aplicativo de namoro dominante no mundo e fundado em 2012, popularizou a função que permite aos usuários aceitar ou rejeitar potenciais parceiros com o toque da tela de um smartphone. Enquanto isso, Bumble, de 2014, se posicionou como uma alternativa para as mulheres, onde elas tomavam a iniciativa de iniciar conversas.
Essa característica do Bumble, porém, acabou no final de abril. O app lançou um recurso de “movimentos de abertura”, que permitiu às mulheres adicionarem avisos aos seus perfis para que potenciais pretendentes respondessem. O produto, que a empresa disse que iria “aliviar a carga de iniciar um bate-papo”, marca uma ruptura com o modelo anterior do Bumble, que exigia que as mulheres iniciassem ativamente todas as conversas.
O número de assinantes pagos no Tinder caiu para menos de 10 milhões no primeiro trimestre, o sexto declínio consecutivo. Os usuários ativos mensais, a maioria dos quais usa os serviços gratuitos do aplicativo, têm caído constantemente desde 2021, de acordo com dados da Sensor Tower.
Já o Bumble também mostrou queda no número de usuários ativos no primeiro trimestre, mostraram dados do serviço de rastreamento de aplicativos, embora os assinantes pagos tenham permanecido estáveis.