Adobe: empresa não pretende lançar comercialmente a ferramenta ainda (Adobe/Divulgação)
Estadão Conteúdo
Publicado em 20 de junho de 2019 às 16h32.
São Paulo - Não é segredo para ninguém que programas de edição de imagem são constantemente usados nos dias de hoje, mas ser descoberto nem sempre é agradável. A Adobe, criadora do Photoshop, mais conhecido software do tipo, criou um algoritmo de inteligência artificial capaz de detectar quando fotos de rostos foram alteradas pelo programa.
A pesquisa, realizada em parceria com a Universidade da Califórnia em Berkeley (UCB), consegue detectar edições em imagens usando a ferramenta Liquify, que é normalmente usada no Photoshop para alterar rostos e expressões faciais. Os criadores da pesquisa treinaram a rede neural com milhares de pares de fotos, uma contendo uma imagem alterada e outra sem edições.
"Os efeitos podem ser delicados, o que faz desse caso um teste intrigante para detectar alterações tantos sutis quanto drásticas", disse a Adobe. Depois de treinada, a inteligência artificial tinha um índice de acerto de 99% quando confrontada com pares de fotos. A taxa de acerto de humanos foi de 53%. O algoritmo faz ainda sugestões de edição para restaurar a foto para seu estado original.
A Adobe, porém, não pretende lançar comercialmente a ferramenta ainda. Os pesquisadores dizem que o algoritmo é apenas o primeiro passo para criar uma ferramenta complexa de identificação, que consegue apontar manipulações corporais. "Vivemos em um mundo onde está se tornando difícil confiar nas informações digitais que consumimos. Espero explorar mais essa área", disse Richard Zhang, pesquisador da Adobe, ao site The Verge.