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Mudanças climáticas criam pinguins vencedores e perdedores

Segundo cientistas, espécies que no passado se beneficiavam da elevação as temperaturas agora estão em declínio

Pinguins na Ilha Magdalena (Vanderlei Almeira/AFP)

Pinguins na Ilha Magdalena (Vanderlei Almeira/AFP)

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Da Redação

Publicado em 12 de junho de 2014 às 18h09.

Paris - As espécies de pinguins da Antártica, que no passado se beneficiavam da elevação as temperaturas, agora estão em declínio porque o aquecimento avançou demais, afirmaram cientistas nesta quinta-feira.

Estudos científicos anteriores não haviam conseguido determinar o declínio das populações de pinguins-de-adélia e de pinguins-antárticos, enquanto a de pinguins-de-papua aumenta.

No novo estudo, biólogos afirmaram que todas as três espécies se expandiram depois da última Era do Gelo, que terminou por volta de 11 mil anos atrás, mas as temperaturas em elevação vistas hoje estão ameaçando sua fonte de alimentos.

"Havia menos gelo em volta da Antártica, o que era bom para esses pinguins, pois criou novos hábitats", declarou à AFP Gemma Clucas, do Departamento de Ciências da Terra e Oceano de Southampton.

"No entanto, o que vimos agora é que as mudanças climáticas estão resultando em menos gelo ainda e que isto agora é muito ruim para os pinguins-de-adélia e antárticos, porque eles não têm mais comida suficiente", acrescentou.

Essas espécies comem, sobretudo, krill, pequenos crustáceos similares ao camarão, que se alimentam, por sua vez, de algas sob o gelo em declínio.

Já os papua têm uma dieta mais variada, que inclui peixes e lulas, menos afetadas pelos mares mais quentes.

"O que estamos vendo é um 'reverso de fortunas', em que o aquecimento crescente não é mais tão bom para duas das três espécies de pinguins da península antártica", acrescentou o coautor, Michael Polito, do Instituto Oceanográfico Woods Hole.

"Essa pesquisa mostra com clareza como uma única mudança ambiental, neste caso o aquecimento, pode ter consequências diferentes com o passar do tempo", continuou.

O estudo foi publicado no periódico "Scientific Reports", uma publicação da revista "Nature".

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