Tecnologia

Mudança no Facebook é 'cortina de fumaça', dizem especialistas

Mark Zuckerberg viu a sua empresa em uma das piores crises de sua história, alvo de milhares de documentos vazados

Mark Zuckerberg: estratégia do Facebook, nos últimos anos, foi a de crescer a qualquer custo, inclusive sobre a saúde mental de seus usuários. (Justin Sullivan/Getty Images)

Mark Zuckerberg: estratégia do Facebook, nos últimos anos, foi a de crescer a qualquer custo, inclusive sobre a saúde mental de seus usuários. (Justin Sullivan/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de outubro de 2021 às 18h18.

Última atualização em 29 de outubro de 2021 às 21h00.

O novo nome do Facebook chega em um momento em que Mark Zuckerberg vê a sua empresa em uma das piores crises de sua história, alvo de milhares de documentos vazados que mostrariam que a estratégia, nos últimos anos, foi a de crescer a qualquer custo, inclusive sobre a saúde mental de seus usuários. Assim, especialistas receberam a Meta com um certo grau de pessimismo.

Para João Vitor Rodrigues, professor de marketing digital da ESPM-Rio, o movimento tem ares de "cortina de fumaça" e pode ser pouco efetivo na relação com o público.

Não perca as últimas tendências do mercado de tecnologia: assine a EXAME por menos de R$ 0,37 e receba notícias em primeira mão

"Às vezes, acontece de precisar fazer uma mudança na marca porque ela expandiu para outros segmentos. Mas, no caso do Facebook, em particular, tem muito a ver com todos os problemas. Desde o escândalo Cambridge Analytica, em 2018, com tudo o que o Facebook vem enfrentando de denúncias, essa mudança me parece uma medida oportunista", diz ele, ao Estadão.

"Vai crescendo aos olhos da população a percepção de que cada vez mais a empresa acumula problemas e apresenta soluções aquém do que seria necessário para resolver graves questões sociais que ela vem, se não criando, alimentando", afirma Paulo Rená, professor de direito no Centro Universitário de Brasília (UniCEUB).

Segundo Zuckerberg, a mudança era necessária para que refletisse os novos segmentos a serem explorados pela empresa, entre eles, está a criação de um universo virtual, um conceito conhecido como metaverso.

Sem peso

Rodrigues afirma que a narrativa do metaverso não tem o peso necessário para sustentar o movimento da empresa. "O Facebook está antecipando a ideia de uma mudança no projeto (com o metaverso) que não está nem muito claro sobre o que se trata. A impressão é que foi uma estratégia de desviar a atenção, e não justifica a troca do nome."

Rená acredita que o novo nome possa ser exatamente uma ferramenta na estratégia de divulgação do metaverso.

Acompanhe tudo sobre:Facebookmark-zuckerbergRedes sociais

Mais de Tecnologia

Procon-SP notifica Meta sobre publicidade de vapes em suas plataformas

Não é só no Brasil: X está perdendo usuários nos EUA após vitória de Trump

EUA impõem novas restrições emchips avançados da TSMC para clientes chineses, diz agência

Tencent e Visa lançam pagamento por palma da mão em Cingapura; primeiro mercado fora da China