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Da Redação
Publicado em 19 de maio de 2014 às 14h28.
O Moto E é o terceiro smartphone lançado pela Motorola nos últimos meses e o mais básico entre eles. Ainda assim, ele oferece uma boa experiência de uso por um preço baixo. Com suporte a dois chips de operadoras e sistema Android puro e atualizado, o aparelho vem em duas edições: uma com TV digital, que é vendida por 599 reais, e outra sem esse recurso, que custa 529 reais.
Com isso, o gadget é uma opção para quem não quer pagar muito para ter acesso ao universo dos aplicativos móveis. No entanto, a câmera é básica, sem flash nem autofoco, e a duração da bateria não está entre as melhores. Mesmo assim, a performance do smartphone se manteve acima da média em sua categoria e o dispositivo chegou a ficar no mesmo patamar, em termos de poder de processamento, que smartphones bem mais caros, como o Sony Xperia C, vendido ao 999 reais.
Design
O formato do Moto E é semelhante ao do Moto X e ao do Moto G. A parte traseira é curva, o que favorece a pegada. Além disso, o aparelho não parece ser muito grande, apesar da tela de 4,3 polegadas, outro benefício desse design.
Ao contrário dos outros dois smartphones da empresa, que são semelhantes, o Moto E é visivelmente diferente. O aparelho tem duas faixas prateadas nas bordas de cima e na de baixo da parte frontal. Fora isso, nota-se rapidamente que não há uma câmera frontal para as famigeradas selfies. Eliminar esse componente foi uma clara medida da Motorola para reduzir o custo do smartphone.
A capa traseira do Moto E é removível, mas a bateria é fixa, algo que limita a vida útil do dispositivo à durabilidade da bateria. A edição de cor branca do smartphone vem com capas adicionais azul e verde, enquanto a de cor preta vem com capas turquesa e roxa.
A construção das capas é em policarbonato, mas, vale notar, são mais resistentes do que as oferecidas pela Samsung em seus dispositivos móveis de alto padrão, como o Galaxy S5.
Algo que pode ser apontado como um problema de design é que a antena para captar o sinal de TV digital padrão 1seg é um componente externo nunca visto em outros aparelhos. Chamada de antena flexível pela fabricante, o cabo é ligado na saída P2 (aquela do fone de ouvido). Apesar de ser estranho usar o smartphone com um cabo mole, que tem um extensor P2 na ponta, isso possibilita que o usuário assista TV com melhor qualidade de sinal sem precisar estar com o fone de ouvido conectado, como acontece no concorrente Nokia Lumia 630.
O review continua após a galeria de imagens do Moto E.
http://info.abril.com.br/reviews/fotos/10-fotos-do-smartphone-moto-e.shtml?embed=s
O Moto E não é para quem quer um aparelho de configuração poderosa e isso é algo que é claramente refletido em seu baixo custo. Ainda assim, ele tem um processador Qualcomm Snapdragon 200 com velocidade máxima de 1,2Ghz, 1GB de memória RAM, 4GB de memória interna, entrada para cartão microSD de até 32GB, bateria de 1980 mAh, tela de 4,3 polegadas com resolução de 540 por 960 pixels (256 pixels por polegada) e sistema Android 4.4 KitKat.
Apesar da configuração relativamente fraca, o aparelho tem um bom desempenho no uso diário, o que o torna uma boa opção de smartphone de baixo custo para quem não quer um produto de qualidade questionável. Entretanto, devido ao processador gráfico Adreno 302, o Moto E trava em jogos pesados, como acontece em títulos como Asphalt 8 ou Real Racing 3. Mas em jogos mais simples, como Candy Crush e Temple Run, o smartphone não deixa a desejar.
Seu principal ponto negativo é que a memória interna de 4GB (1,9GB disponível para uso) limita a quantidade de aplicativos instalados para se ter um bom desempenho. Isso acontece porque alguns apps só podem ser instalados na memória interna, por padrão. Todavia, logo que o cartão microSD é inserido, o sistema exibe um atalho para mover os apps para o armazenamento externo.
Nos benchmarks, o Moto E mostrou claramente o que é: um smartphone básico, mas com bom desempenho.
AnTuTu (em pontos) | Barras maiores indicam melhor desempenho |
---|---|
Moto E | 12.229 |
Moto G | 17.426 |
Moto X | 18.593 |
Xperia C | 13.711 |
Vellamo (em pontos) | Barras maiores indicam melhor desempenho |
---|---|
Moto E | 1.173 |
Moto G | 1.971 |
Moto X | 2.426 |
Xperia C | 1.592 |
Quadrant (em pontos) | Barras maiores indicam melhor desempenho |
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Moto E | 5.051 |
Moto G | 8.696 |
Moto X | 8.794 |
Xperia C | 4.691 |
No quesito reprodução de mídia, o Moto E tem suporte aos seguintes formatos, áudio: FLAC, Ogg, MP3, AMR, WAV e MIDI. Video - Containers: MKV, AVI, M4V, MP4, Codecs: H.264, DivX e XvidX. No entanto, ele não reconheceu legendas ou áudio em DTS.
A TV digital do Moto E funciona por meio de um aplicativo dedicado que vem pré-instalado no aparelho. Ao abri-lo, ele busca automaticamente pelos canais disponíveis na sua localização atual. Para melhorar o sinal, é preciso usar a antena flexível que acompanha o produto.
O aplicativo de TV permite gravar algum programa sem um limite de tempo definido. Enquanto o vídeo é gravado, não é possível mudar de canal. Um recurso interessante é a possibilidade de agendar gravações (com canal e horários de início e término). Uma vez agendada, a aplicação abre automaticamente e começa a gravar mesmo que o telefone esteja bloqueado. Isso não é necessariamente bom, porque a tela fica ligada durante esse período e sim, o áudio também. Os arquivos são salvos no formato MP4. O que faz falta nesse aplicativo, contudo, é um guia de programação.
O sistema do Moto E talvez seja a sua grande vantagem. Não há personalização da fabricante, ou seja, o Android 4.4 KitKat é praticamente puro, assim como acontece nos aparelhos da linha Nexus, o Nexus 5 ou o Nexus 7. Isso faz com que o software funcione sem problemas, mesmo que o gadget tenha somente 1GB de RAM razão apontada pela Samsung para não oferecer essa edição do sistema à linha Galaxy S3, lançada há dois anos.
Todos os aplicativos personalizados são benéficos para o usuário de alguma forma. Esse é o caso do Migração Motorola: ele oferece a possiblidade de importar todos os dados do seu aparelho antigo para o Moto E apenas com um QR Code. Para fazer isso, é necessário baixar o app no celular antigo, desde que ele também tenha sistema Android.
Outro app útil do Moto E é o Motorola Assist, que permite automatizar tarefas de acordo com a localização do aparelho. Por exemplo, quando você estiver no trabalho, o modo silencioso ficará ativado até que você saia.
O Motorola Alert é um aplicativo de destaque nesse smartphone. Ele funciona como um alerta para situações risco. São três opções Seguir, que envia um SMS para o seu contato emergencial toda vez que a sua localização mudar; Encontrar, que manda uma mensagem de texto para um contato indicando onde você está; e, por fim, o Emergência, que liga para o número cadastrado, além de enviar um SMS com as informações da sua localização.
Além disso, há um recurso chamado de Dual SIM inteligente, que grava as preferências do usuário automaticamente, determinando por qual dos chips uma determinada ligação será feita. Outro recurso interessante dessa funcionalidade é que o smartphone identifica qual é a operadora dos seus contatos para que você ligue para eles com o chip da mesma empresa. Por exemplo, quem tem um chip da TIM vai usá-lo para ligar para quem tem um número da TIM.
A duração da bateria pode até chegar às 24h de uso moderado, conforme a Motorola prega. Mas no uso intenso simulado no INFOlab com reprodução de vídeo contínua com Wi-Fi e Bluetooth ativos, ele aguentou por 4h20. Nesse ponto, o gadget perde de longe para o Sony Xperia E1 que também tem TV digital e ficou longe da tomada por 10h20 no mesmo teste.
O quesito fotografia é um dos pontos mais fracos do Moto E e claramente onde a fabricante mais economizou. Não há câmera frontal e a principal tira fotos com 5MP, mas não tem flash nem foco automático. As imagens apresentam uma quantidade considerável de ruído e não há modificações no software de captura, ele é o padrão do Android.
Os vídeos são gravados com resolução baixa: 480p. Ou seja, os vídeos gravados com o Moto E serão somente para registros cotidianos.
O Moto E é um aparelho que cumpre o que promete: oferecer uma boa experiência de uso por um preço baixo. Ele é uma afronta da Motorola contra os smartphones de baixo custo que não têm Android atualizado ou contam com as chamadas skins, como acontece nos aparelhos da Samsung e da Sony. A empresa também garantiu mais uma atualização do sistema móvel do Google para o Moto E. Sendo assim, este é o melhor celular para quem quer qualidade sem gastar muito. Vale notar, contudo, que o Moto G, vendido por 650 reais, é mais potente e tem câmeras melhores.
Chipset | Qualcomm Snapdragon 200 |
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CPU (SoC) | ARMv7 Cortex A7 Dual Core 1,2 GHz |
GPU (SoC) | Adreno 302 |
RAM | 1GB |
Armazenamento | 4GB + microSD de até 32GB |
Conexões | 3G, Wi-Fi b/g/n, bluetooth 4.0, GPS |
Câmera | 5MP |
Wi-Fi | 802.11 b/g/n |
Bluetooth | 4.0 |
Tela | 4,3'' (540 x 960p) |
Peso | 142g |
Bateria | 4h20 |
Prós | Android atualizado, dual chip, preço atraente, TV digital |
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Contras | Tem dificuldades com jogos avançados; pouca memória interna; não tem câmera frontal, nem 4G |
Conclusão | Smartphone com ótimo custo-benefício e desempenho acima da média |
Configuração | 7,5 |
Usabilidade | 7,9 |
Diversão | 7,7 |
Bateria | 6,6 |
Design | 7,9 |
Média | 7.6 |
Preço | R$ 599 |