(Motorola/Divulgação)
Lucas Agrela
Publicado em 4 de outubro de 2018 às 10h57.
São Paulo – A Motorola lança nesta quinta-feira (4) o primeiro smartphone da linha Android One, iniciativa do Google com fabricantes de dispositivos móveis para priorizar a atualização do sistema operacional. Chamado Motorola One, o produto chega ao mercado nesta semana por 1.499 reais com sistema Android Oreo e a promessa da fabricante de lançar updates para a versão Pie e para a seguinte, que deve ser chamada Android Q.
O programa conta com a participação de uma série de fabricantes globalmente, mas a Motorola é a primeira das que atuam no mercado brasileiro a lançar um aparelho da família One.
A medida visa resolver o problema conhecido como fragmentação do Android. Como ele é oferecido às fabricantes de aparelhos, que o otimizam para seus dispositivos e precisam da homologação de outras fornecedoras de componentes, como processador e modem, e também de operadoras de telefonia, novas versões do sistema Android têm adoção lenta em comparação com o iOS, dos iPhones, que é disponibilizado diretamente pela Apple aos seus produtos.
O Android One é um compromisso que as fabricantes parceiras do Google assumem: priorizar as atualizações do sistema para determinados dispositivos. As etapas de certificação permanecem, mas as empresas, como a Motorola, oferecem mais previsibilidade quanto às atualizações do sistema. Com isso, os usuários desses produtos sabem, de antemão, que terão acesso às novidades das diferentes versões do software do Google.
O novo Motorola One integra a gama intermediária-avançada da fabricante, junto com os recentes Moto G6 e G6 Plus, que oferecem outros recursos. O One tem processador Qualcomm Snapdragon 625, 4 GB de memória RAM, 64 GB de armazenamento, câmera frontal de 8 megapixels e câmera traseira de 13 megapixels–com mais uma adicional, de 2 megapixels, usada somente para criar o efeito de desfoque do fundo de cenas.
Com tecnologia para recarga rápida, a bateria do One tem capacidade de 3.000 mAh, dentro da média de mercado. A sua tela de 5,9 polegadas é mais alongada do que a de rivais: sua proporção é 19:9, em vez de 18:9, como Samsung, Asus e a própria Motorola usam em outros smartphones. A tecnologia do display não é Oled, como nos novos iPhones Xs, ela é LCD e a resolução é inferior ao padrão Full HD (1520 por 720 pixels),
Apesar de o Google ter dito, em 2016, que tinha uma estratégia de hardware de longo prazo para o Brasil, a empresa ainda não trouxe ao mercado nacional o seu smartphone Pixel 2, o mais recente ao qual oferece uma experiência mais próxima da concebida internamente. O programa One visa suprir a ausência da linha Pixel no Brasil.
"Essa é, sem dúvida, uma forma de trazermos essa experiência imaginada pelo Google do sistema operacional de uma forma acessível e com uma ótima experiência de hardware", disse Flávio Ferreira, diretor de parcerias do Android para América Latina, em uma conversa com jornalistas nesta semana.
No passado, Motorola e Google já foram uma empresa só. Vendida para a Lenovo, a fabricante americana manteve sua estratégia de software e isso fez com que as companhias se unissem para lançar o primeiro Android One a chegar ao mercado brasileiro.
"Fomos um dos primeiros fabricantes a adotar o Android como plataforma oficial no passado. Tivemos um momento de sinergia quando fomos parte do mesmo grupo, até por conta dessa afinidade entre as empresas. Na Lenovo, levamos essa cultura de software limpo, sem muitas personalizações, para a divisão móvel da companhia", disse Renato Arradi, gerente sênior de produtos da Motorola Brasil.
Como o acordo não é exclusivo, outras fabricantes podem chegar ao mercado brasileiro com Android One.