Funcionárias de um hospital do sudoeste de Xangai: especialistas temem uma mutação do vírus H7N9, que o tornaria facilmente transmissível entre humanos e poderia provocar uma pandemia (Peter Parks/AFP)
Da Redação
Publicado em 27 de junho de 2013 às 14h37.
Xangai - Uma nova morte causada pelo vírus da gripe aviária H7N9 foi registrada pelas autoridades de Xangai, elevando o número de vítimas fatais da doença a 40.
Com 56 anos de idade, o homem que morreu era marido de outra vítima do H7N9 e estava hospitalizado desde abril. O casal de Xangai era considerado um dos raros casos de contaminação na mesma família.
Porém, ainda não há nenhuma prova de transmissão do vírus de um ser humano para outro, de acordo com as autoridades de saúde chinesas e da Organização Mundial da Saúde.
Os especialistas temem uma mutação do vírus, que o tornaria facilmente transmissível entre humanos e poderia provocar uma terrível pandemia.
Em maio, a AFP teve acesso exclusivo à filha do casal morto, que voltou da França para Xangai, onde fazia um doutorado em química na Universidade Paul Sabatier de Toulouse, no sudoeste francês. Kelly Gu chegou um dia depois para confirmar a identidade da mãe e acompanhar o estado de saúde do pai.
Ela disse que sua mãe, doente há cinco dias, foi hospitalizada duas vezes, quando o governo anunciou a aparição do H7N9.
Um dia depois, quando sua febre subiu e ela teve dificuldades para respirar, foi consultada pelo hospital Huashan, um dos melhores de Xangai. Mas o médico mandou que ela voltasse para casa e prescreveu três dias de descanso. Dois dias depois, a mulher morreu.
No fim de maio, a Comissão Nacional de Saúde e Planejamento Familiar registrou 131 casos confirmados de infecção pelo H7N9, detectado no ser humano pela primeira vez no inverno passado (no Hemisfério Norte), na China.
Segundo um estudo publicado esta semana pela revista The Lancet, 36% dos pacientes contaminados pelo vírus H7N9 morreram, contra 60% dos infectados pelo outro vírus da gripe aviária, o H5N1.